ATA DA CENTÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 19-11-2001.

 


Aos dezenove dias do mês de novembro do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria Celeste, Paulo Brum, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Ainda, durante a presente Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, José Fortunati, Marcelo Danéris, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Quadragésima Quarta Sessão Solene, que deixou de ser votada face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Estilac Xavier, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 025/01 (Processo nº 4304/01); pelo Vereador Humberto Goulart, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 274/01 (Processo nº 4095/01). A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Luiz Symanski, representante da Sociedade Educacional e Beneficente Emanuel - SEBE, que se manifestou acerca das atividades desenvolvidas pela entidade que representa, abordando dados relativos à estrutura atualmente colocada à disposição dos seus pacientes e relatando as dificuldades enfrentadas por essa Sociedade para manter os seus serviços. Nesse sentido, solicitou o apoio deste Legislativo para viabilizar a implementação de um sistema de acondicionamento e armazenagem de sobras de alimentos doados à Sociedade Educacional e Beneficente Emanuel. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Haroldo de Souza, Luiz Braz, João Carlos Nedel, Carlos Alberto Garcia, Aldacir Oliboni, Clênia Maranhão, Ervino Besson e Cassiá Carpes manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e cinqüenta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e um minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador José Fortunati discorreu sobre Projeto de Lei em tramitação no Congresso Nacional, com previsão de votação para o dia de amanhã, o qual torna subsidiária a aplicação da Consolidação das Leis do Trabalho na elaboração de acordos e convenções coletivas de trabalho, manifestando-se contrariamente a essa proposta e analisando os prováveis efeitos que essas alterações acarretarão na vida dos trabalhadores brasileiros. Na ocasião, por solicitação do Vereador João Antonio Dib, foi feito um minuto de silêncio em homenagem póstuma à Senhora Maria do Carmo Leal Serrano, irmã do Vereador Pedro Américo Leal, falecida no dia dezesseis de novembro do corrente. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maria Celeste teceu considerações sobre a Semana da Consciência Negra, que ocorre do dia dezesseis ao dia vinte de novembro do corrente, historiando a chegada e a presença da raça negra no Brasil desde o regime imperial. Nesse sentido, referiu-se à discriminação ainda enfrentada pelos integrantes da raça negra no País nos dias de hoje, propugnando por uma reflexão mais ampla sobre o tema. O Vereador Luiz Braz teceu críticas às Bancadas do Partido dos Trabalhadores na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e na Câmara Municipal de Porto Alegre, no que se refere a atitudes tomadas frente às Comissões Parlamentares de Inquérito instauradas nessas Casas legislativas, destinadas a averiguar, respectivamente, denúncias de irregularidades no sistema de segurança pública do Estado e nas atividades do Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB. Após, o Senhor Presidente registrou o transcurso, no dia de hoje, do aniversário do Vereador Beto Moesch, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Juarez Pinheiro, reportando-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Luiz Braz, discorreu sobre a suspensão da Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - instalada nesta Casa com a finalidade de averiguar denúncias de irregularidades no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB. Também, afirmou que a suspensão da referida CPI não encontra amparo na Constituição Federal e na legislação infra-constitucional pertinente ao tema. O Vereador Marcelo Danéris, analisando os trabalhos da CPI do DEMHAB, declarou que, durante todo o tempo de funcionamento dessa Comissão, não restou provada nenhuma das denúncias de irregularidades que fundamentaram a instalação dessa CPI. Nesse sentido, referiu-se ao resultado de diligências solicitadas à Polícia Federal, as quais afirmam não ter havido crime eleitoral por parte dos administradores desse Departamento. Na oportunidade, os Vereadores Luiz Braz e Marcelo Danéris manifestaram-se sobre os trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Reginaldo Pujol, lembrando sua condição de Relator da CPI do DEMHAB, discorreu sobre os pedidos de diligências formulados por essa CPI, registrando que a maior parte das solicitações encaminhadas ao Executivo Municipal não foi atendida. Também, mencionou a interposição de Mandados de Segurança contra a suspensão dos trabalhos dessa CPI, criticando o posicionamento adotado pelo Executivo Municipal a respeito do tema. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Nereu D'Avila manifestou-se a respeito dos trabalhos das Comissões Parlamentares de Inquérito instauradas para averiguar denúncias de irregularidades no sistema de segurança pública do Estado e nas atividades do Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB, externando sua contrariedade à ausência de resposta do Executivo Municipal a pedidos de diligências formulados pela CPI do DEMHAB. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D'Avila, dando continuidade ao pronunciamento efetuado por Sua Excelência em Comunicações, defendeu a idéia de que a CPI do DEMHAB deve ter prorrogado seu prazo de funcionamento, de forma a permitir que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre cumpra as diligências solicitadas pela CPI e que as denúncias apresentadas sejam devidamente apuradas. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maristela Maffei defendeu a atuação do Partido dos Trabalhadores à frente da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, afirmando que essa agremiação partidária busca atuar dentro de princípios éticos. Nesse sentido, repudiou a veiculação, através da imprensa, de denúncias de irregularidades, as quais não estão devidamente fundadas em situações fáticas. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib traçou um comparativo entre a atuação de Sua Excelência no período em que foi Prefeito Municipal de Porto Alegre e o desempenho dos governos exercidos pelo Partido dos Trabalhadores na Cidade. Ainda, manifestou-se contrariamente às políticas administrativas implementadas por essa agremiação partidária em diversas áreas de atuação do Executivo Municipal. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nºs 275/01, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Adeli Sell, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 277, 281 e 282/01, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Helena Bonumá, o Projeto de Lei do Executivo nº 031/01; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 272/01, discutido pelo Vereador Adeli Sell, e 269/01, discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 4ª Sessão, o Projeto de Emenda a Lei Orgânica nº 008/01, discutida pelos Vereadores João Antonio Dib, Estilac Xavier e Sofia Cavedon, o Projeto de Resolução nº 104/01. Na oportunidade, por solicitação do Vereador Reginaldo Pujol, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Setembrino Bond, falecido no dia dezessete de novembro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt manifestou-se a respeito de denúncia recebida pelo Sindicato dos Técnicos Científicos do Estado do Rio Grande do Sul, sobre irregularidades administrativas ocorridas na Unidade Sanitária Vila Jardim. Nesse sentido, solicitou providências da Comissão de Saúde e Meio Ambiente e da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, a fim de que seja apurada a veracidade dessas denúncias. O Vereador Elói Guimarães teceu considerações a respeito das ocupações de propriedades rurais do interior do Estado do Rio Grande do Sul promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, criticando as condutas tomadas pela Brigada Militar nestes casos. Nesse aspecto, propugnou pela adoção de providências, por parte do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, a fim de que sejam tomadas as medidas necessárias para dirimir essa questão. O Vereador Haroldo de Souza teceu críticas a atitudes tomadas por Vereadores do Partido dos Trabalhadores quanto à Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - instalada neste Legislativo para averiguar denúncias de irregularidades no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB. Também, questionou o relatório da CPI constituída pela Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul com a finalidade de investigar denúncias de irregularidades na área de segurança pública do Estado. O Vereador Sebastião Melo pronunciou-se a respeito dos pedidos de diligências encaminhados ao Executivo Municipal pela Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - instalada neste Legislativo para averiguar denúncias de irregularidades no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB, alertando sobre o descumprimento, pelo Senhor Prefeito Municipal, dos prazos de resposta constantes na Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. O Vereador Estilac Xavier discorreu sobre aspectos atinentes à legalidade da suspensão dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - instalada neste Legislativo para averiguar denúncias de irregularidades no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB, informando que os documentos solicitados pela referida Comissão Parlamentar de Inquérito foram fornecidos em sua totalidade pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre. A Vereadora Clênia Maranhão reportou-se ao transcurso, amanhã, do Dia da Consciência Negra, ressaltando a importância da contribuição africana para o desenvolvimento do Brasil. Também, discorreu sobre a questão do trabalho infantil em Porto Alegre, chamando a atenção deste Legislativo para a necessidade do engajamento do Poder Público na aplicação de políticas públicas eficazes para combater esse problema. O Vereador Raul Carrion manifestou-se sobre as comemorações alusivas à Semana da Consciência Negra promovidas por este Legislativo. Ainda, teceu considerações sobre a suspensão dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - constituída com o objetivo de averiguar denúncias de irregularidades administrativas no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB, pronunciando-se acerca da extinção do prazo legal para a vigência da mesma. O Vereador Reginaldo Pujol procedeu à leitura de matéria de autoria do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, publicada no jornal Zero Hora do dia onze de novembro do corrente, intitulada “PT apura e pune”, a qual versa sobre a postura adotada pelo Partido dos Trabalhadores no que se refere à instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito. Ainda, questionou o posicionamento do Executivo Municipal no que diz respeito à retomada dos trabalhos da CPI do DEMHAB. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e a Vereadora Helena Bonumá formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, tendo o Vereador Reginaldo Pujol manifestado-se a respeito. Na ocasião, o Vereador Marcelo Danéris formulou Questão de Ordem em relação ao funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - constituída com o objetivo de averiguar denúncias de irregularidades administrativas no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB, tendo o Vereador Reginaldo Pujol manifestado-se sobre o assunto. Às dezessete horas e vinte e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e trinta e dois minutos, constatada a existência de quórum. Foi aprovado o Requerimento verbal formulado pela Vereadora Helena Bonumá, aditado pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz e Estilac Xavier, tendo o Vereador Isaac Ainhorn manifestado-se sobre esse Requerimento. Foi aprovado o Requerimento nº 258/01 (Processo nº 4299/01 - Requer a realização de Sessão Solene destinada a homenagear a Semana da Consciência Negra), de autoria da Mesa Diretora. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 032/01, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Haroldo de Souza. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 084/01. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 235/01, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Clênia Maranhão, Helena Bonumá, Pedro Américo Leal, Carlos Alberto Garcia, Raul Carrion e Reginaldo Pujol. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 081/01, por vinte e três votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, Humberto Goulart, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. A seguir, o Vereador Nereu D’Avila procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de documento judicial contendo reconsideração da decisão liminar que suspendia os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI- constituída com o objetivo de averiguar denúncias de irregularidades administrativas no Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB, tendo o Senhor Presidente procedido à leitura desse documento, o Vereador Sebastião Melo manifestado-se a respeito e o Vereador Estilac Xavier formulado Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando cópia desse documento. Foram votados conjuntamente e aprovados os seguintes Requerimentos, todos relativos ao Projeto de Lei do Legislativo nº 095/01 (Processo nº 1725/01): de autoria do Vereador João Antonio Dib, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 08; de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando a retirada de tramitação da Emenda nº 09. Foram votados conjuntamente e aprovados os seguintes Requerimentos: de autoria do Vereador Nereu D’Avila, solicitando sejam as Emendas nºs 02 e 03, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 095/01 (Processo nº 1725/01), dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes; de autoria da Vereadora Helena Bonumá, solicitando sejam as Emendas nºs 05 e 06, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 095/01 (Processo nº 1725/01), dispensadas do envio à apreciação de Comissões Permanentes; de autoria do Vereador João Antonio Dib, solicitando seja a Emenda nº 07, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 095/01 (Processo nº 1725/01), dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 095/01, com ressalva das Emendas a ele apostas, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Helena Bonumá e Beto Moesch. Foram aprovadas as Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 05, 06 e 07, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 095/01. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Resolução nºs 105 e 093/01. A seguir, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais, por dezesseis votos SIM e um voto NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Raul Carrion, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Beto Moesch, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Sofia Cavedon e Não o Vereador Carlos Alberto Garcia. Às dezoito horas e cinqüenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezoito horas e cinqüenta e seis minutos, contatada a existência de quórum. Às dezoito horas e cinqüenta e sete minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia, Carlos Alberto Garcia e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Helena Bonumá e Paulo Brum. Do que eu, Helena Bonumá, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Luiz Symanski, representando a Sociedade Educacional e Beneficente Emanuel – SEBE, está com a palavra pelo tempo regimental de dez minutos. Na agenda consta o nome do Sr. Luiz Mayer, que está presente, mas quem ocupará a tribuna será o Sr. Luiz Symanski.

 

O SR. LUIZ SYMANSKI: Ex.mo Sr. Presidente desta Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, senhores telespectadores. Nós queremos, inicialmente, agradecer esta oportunidade que a Sociedade Educacional Beneficente Emanuel conseguiu para apresentar os nossos problemas, dando uma idéia para vocês das dificuldades que se tem de trabalhar com a assistência social.

Eu sou médico, trabalho como voluntário nessa Sociedade, há pouco mais de um ano. Essa Sociedade teve início em 1987, em uma casa de um atual pastor da Igreja Evangélica, Pastor Araldo Xavier Urbin. A sua história é bastante incomum. Ele veio do interior, fugindo, até por ser um morador de rua, com alguns delitos, e, aqui chegando, foi abrigado pela Igreja Evangélica, da qual veio, posteriormente, tornar-se pastor. Ele começou o seu trabalho recolhendo moradores de rua. E nessa casa, em Viamão, em 1987, ele começou a recolher pessoas; no início eram dezesseis.

Evidentemente que pelas dificuldades crescentes que vem tendo o nosso País, a nossa Cidade, enfim, as exigências foram se tornando cada vez maiores. Houve a necessidade de abrir uma casa em Porto Alegre, uma vez que ele exercia a sua atividade em Viamão e em Porto Alegre.

A casa em Porto Alegre situa-se na Av. Assis Brasil, iniciou em 1999, e hoje conta com aproximadamente quarenta pessoas. Imaginem uma casa daquelas da Vila do IAPI, geminada, ali há uma das casas do “Emanuel”, e ali são abrigadas quarenta pessoas, só para V. Ex.ªs terem uma idéia das dificuldades.

Em Viamão, ele continuou, depois, alugando uma outra casa; depois, mais quatro casas na Lomba do Pinheiro. Atualmente, a Entidade dispõe de cinco casas na Lomba do Pinheiro, sendo uma destinada à geriatria masculina, uma à geriatria feminina, uma para a recuperação de doentes e dependentes químicos. São abrigadas em torno de cento e oitenta pessoas, das quais 80% são homens e as demais mulheres e crianças - apenas dez crianças, sendo que a maioria das crianças está na Av. Assis Brasil. E, em Alvorada, ele alugou uma outra casa onde funcionava uma creche, que depois ele foi obrigado, pelas dificuldades, a fechar e hoje funciona como um brechó, onde são vendidas as melhores roupas doadas, que são recuperadas e são vendidas para a obtenção de fundos para a manutenção das casas. E há uma padaria, onde são confeccionadas cucas para serem vendidas à população, na rua, que são a segunda maior fonte de renda dessa Sociedade.

Quando iniciamos o nosso trabalho, como médico, nessa casa da Assis Brasil, fizemos uma análise da carência e chegamos à conclusão de que se não melhorássemos o problema da alimentação, não teríamos o que fazer em termos de saúde. Conseguimos, então, num contato com a PETROBRAS - empresa na qual trabalhamos durante muito tempo -, que ela fornecesse uma coisa muito difícil de se conseguir, mas a PETROBRAS foi sensível a nossa solicitação. Fizeram uma visita, uma inspeção no local, e chegaram a conclusão de que merecia dar esse crédito, fornecendo a sobra da alimentação que lá é servida, diariamente. A sobra no balcão, não os restos. Essa sobra da alimentação foi tão importante para “Emanuel”, que sustenta uma - às vezes até mais - dessas casas, a da Assis Brasil, com isso libera um pouco da alimentação para as outras casas. Imaginem: há em torno de duzentas e quarenta pessoas, atualmente, nas casas da “Emanuel”, e são fornecidas três refeições diárias, somando, aproximadamente, setecentas refeições por dia, e essa é uma entidade que não recebe um centavo de dinheiro público; ela vive apenas dessa renda, de venda de cucas, venda de chaveirinhos, e de um auxílio financeiro muito importante que o Sr. Luiz Mayer, aqui presente, fornece à entidade, mensalmente. Tem-se uma enorme dificuldade quanto à manutenção dessas casas.

Tínhamos até o início deste ano, em Gravataí, uma chácara que foi cedida em comodato pela Igreja Evangélica, onde a maioria dessas pessoas que estão agora na Lomba do Pinheiro, naquela época, situavam-se lá em Gravataí. Foram obrigados a se retirar porque a vigilância sanitária de Gravataí não concordou com que essas pessoas ali estivessem, devido à falta de condições para aquele pessoal; provavelmente, as ruas de Gravataí seriam melhores do que a casa.

A maioria são pessoas encaminhadas por hospitais de Porto Alegre, recebemos pessoas de todos os hospitais; aqueles que não têm famílias; são pacientes crônicos e que necessitam de medicação sempre; também há crianças que são enviadas pelos conselhos tutelares, não só de Porto Alegre, mas até da Grande Porto Alegre.

É em torno de quarenta, quarenta e cinco - é variável isso –, no momento, o número de pacientes psiquiátricos crônicos que fazem uso de várias medicações por dia. Conseguimos, através do Posto 4, da Vila IAPI, inicialmente, a alimentação para a Casa da Assis Brasil, e, posteriormente, conseguimos esse grande auxílio. Quero, de público, agradecer à chefia do Posto do IAPI, que nos facilitou, e muito, quando conseguimos toda a medicação para esses paciente crônicos, que são medicamentos antipsicóticos, antidepressivos, tranqüilizantes, anticonvulsivantes e medicações para hipertensão e diabetes.

Estamos tendo, no momento, dificuldades também para manter essas casas, deixando já o lado financeiro, que é permanente, no que se refere ao fato de enfrentarmos a dificuldade de aceitação pelos vizinhos. Como já tivemos de abandonar lá em Gravataí, estamos tendo a mesma dificuldade ali, na Lomba do Pinheiro, também. O Sr. Luiz Mayer, esse benfeitor que temos, conseguiu adquirir um terreno bastante grande na Restinga, e o nosso objetivo é transferir todos os nossos abrigados para as futuras instalações que pretendemos um dia fazer no terreno. Centralizando, melhorariam as condições de atendimento a esse pessoal.

O pastor é uma pessoa muito boa, não tem capacidade de dizer “não” quando é consultado para fins de receber um paciente que vem de um hospital ou um morador de rua, que lá chega passando dificuldades. Eu já disse a ele que, infelizmente, ele vai ter de aprender a dizer “não.” Há pouco tempo, saiu uma relação na Zero Hora das entidades que trabalham com assistência social e do número de vagas que cada uma dispõe para atendimento na assistência social. Ao lado da “Emanuel”, constava “ilimitado”, porque o pastor recebe todos. Com isso, as dificuldades aumentam.

Então, o nosso pensamento, ocupando esta tribuna é no sentido de convidar todas aquelas pessoas que têm solidariedade humana e que exercem a caridade para que, um dia, possam visitar uma de nossas casas para ter um contato, ter um conhecimento do que se passa lá, podendo constatar o trabalho que é feito, as dificuldades que ocorrem e, de alguma maneira, poder ajudar. Como essa ajuda pode ocorrer? Nós pretendemos iniciar essa construção de alguma forma, em alguma data; então precisaríamos, primeiramente, por exemplo, de auxílio em relação a projeto e material de construção.

Uma coisa muito importante que eu solicito, pois sei que há muitos Vereadores aqui que são advogados e que poderiam prestar um auxílio, seria em relação ao fornecimento das sobras de alimentação, que são muito grandes nas empresas, e isso nós conseguimos na Refinaria Alberto Pasqualini, mas sabemos que há outras empresas. Eu já fiz algumas consultas a empresas do Pólo Petroquímico, mas em todas elas existe aquele receio muito grande de que o fornecimento dessa alimentação já pronta, possa, devido ao transporte e ao tempo já transcorrido desde a sua elaboração, causar algum problema de saúde na comunidade e que isso possa se transformar em um processo contra a empresa. Essa é a causa pela qual uma quantidade muito grande de alimentos de primeira qualidade vão, diariamente, para o lixo. Deve haver algum instrumento que se possa utilizar, retirando a responsabilidade da empresa, passando-a até para nós, que aceitaremos esse tipo de responsabilidade. Nós estamos recebendo a alimentação da PETROBRAS desde janeiro deste ano e não tivemos até hoje nenhum problema. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Convidamos o Dr. Luiz Symanski a participar conosco na Mesa Diretora.

O Ver. Haroldo de Souza, representando o PHS, está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, Sr. Luiz Symanski, Sr. Luiz Meyer, que é o Presidente, e que está aqui presente, eu gostaria de comunicar ao senhor que, quinze ou vinte dias atrás, foi aprovado um Projeto, nesta Casa, de autoria do Presidente, Ver. Luiz Fernando Záchia, que trata das sobras de alimentos, para que sejam destinadas às entidades da nossa Capital. Este Projeto vai certamente para o Prefeito sancionar e, aí, poderemos encaminhar em nome da Sociedade Educacional Beneficente Emanuel, para que o senhor tenha essa participação, além do que a sociedade já conseguiu junto à PETROBRAS.

Quero cumprimentar a sua pessoa, cumprimentar o Presidente e dizer que, da nossa parte, do PHS, estamos à sua disposição. Quero colocar, também, a rádio Guaíba à sua disposição para toda e qualquer campanha que vise a esse auxílio direto às pessoas que necessitam.

Nós sabemos que em países já desenvolvidos, em países de primeiro mundo, isso é de responsabilidade do governo federal, dos governos estaduais. Mas nós estamos num país que não tem ainda esse alcance, infelizmente. Pelo menos os medicamentos. E eu faço um apelo para que o Governo Federal possa liberar para que vocês da Sociedade Educacional Beneficente Emanuel consigam os remédios e os medicamentos, porque, quanto ao restante, vocês “se viram”, como se diz, do jeito que podem e com o jeitinho brasileiro. É isso o que vocês estão fazendo. Conseguiram, através da PETROBRAS, e, agora, através deste Projeto que foi aprovado na Casa, eu penso que a Sociedade Educacional Beneficente Emanuel pode alcançar, também, esse benefício. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, eu quero cumprimentar o Sr. Luiz Symanski e o Sr. Luiz Mayer, que também se encontra presente, pelo trabalho executado juntamente com toda a equipe que faz o trabalho de atendimento lá no Emanuel.

Nós já tivemos algumas oportunidades de estar em contato com o pessoal do Emanuel. Nós temos algumas promoções durante o ano. Uma delas é o “Show do Quilo”, que faz com que algum tipo de alimento vá para várias entidades em nossa Cidade, e eu me lembro, várias vezes, de nós termos participado em campanhas favorecendo o Emanuel.

O Ver. Haroldo de Souza disse desse Projeto, aprovado aqui na Casa, que possibilita que essa sobra de comida possa ser transportada para as pessoas carentes. Só que existe um cuidado que deve ser tomado, e nós procuramos aprofundar, inclusive, esse estudo. Eu sei que o alimento quente, para ser transportado, deve ser transportado mais ou menos numa temperatura de sessenta e cinco graus. É o cuidado que tomam essas firmas que transportam esses alimentos, porque o perigo de esse alimento se resfriar em demasia é que ele pode azedar ou se contaminar de alguma forma e causar problemas para as pessoas que vão consumi-los. E é claro que nem vocês do Emanuel e nem as pessoas que doam e nem todo o conjunto da sociedade querem exatamente que a solução de um problema cause novos problemas para essas pessoas que vão ser alimentadas. Eu acho que a função do Município, neste caso, ou a função do Estado, seria exatamente auxiliar em instituições como a de vocês, que já não têm nenhum auxílio estatal, no sentido de fazer com que esse alimento pudesse ser transportado, pudesse chegar em boas condições para as pessoas que realmente precisam consumi-lo. E acho que pelo menos isso - já que o Município faz tão pouco em prol dos necessitados - o Município realmente poderia fazer.

Mas nós queremos cumprimentar aos senhores pelo trabalho excelente que fazem à frente do Emanuel. Parabéns. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra nos termos do art. nº 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, eu gostaria, em nome do Partido Progressista Brasileiro, de dar as boas-vindas ao Dr. Luiz Symanski e ao Dr. Luiz Mayer, Coordenadores da Sociedade Educacional Beneficente Emanuel, e cumprimentar pelo esforço, pelo trabalho heróico que estão fazendo nessa Entidade.

Eu gostaria de lembrar, com referência à sobra de alimentos que existe também em Porto Alegre, o Banco de Alimentos, uma iniciativa da Fiergs e da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresa, ADCE, que já está funcionando. Seria muito bom esse contato. Mas eu lembro que Porto Alegre quer ser a Capital da inclusão social, a Capital da solidariedade, e fiquei realmente pasmo em saber que a Entidade não recebe nenhum recurso público da nossa Prefeitura, a mesma Prefeitura que está gastando, hoje, 931 mil reais numa campanha publicitária pela inclusão social. Então, se ela tem recursos para gastar em publicidade, eu tenho certeza de que tem recursos para gastar na atividade fim, que é assistência social.

Eu peço, Dr. Luiz, que a sua Entidade se credencie junto ao Fundo de Assistência Social e ao Fundo da Criança e do Adolescente; certamente, sem dúvida, serão alcançados os recursos para a manutenção da sua Entidade. Cumprimentos efusivos pelo seu trabalho. Parabéns. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, prezado Sr. Luiz Symanski, prezado Sr. Luiz Mayer, representantes da Sociedade Educacional e Beneficente Emanuel, gostaríamos, em nome do Partido Socialista Brasileiro, de parabenizá-los pela divulgação do trabalho. Creio que é importante que esta Casa, os Vereadores, a sociedade porto-alegrense possam, cada vez mais, saber do âmbito do trabalho que vocês fazem em prol da nossa sociedade. É um trabalho muitas vezes anônimo, depende de voluntários, mas entendemos que é oportuno que os senhores venham a esta Casa divulgar, e, ao mesmo tempo nos inteirar e ver como o Poder Público e a sociedade civil podem interagir. Em nome do Partido Socialista Brasileiro, queremos parabenizá-lo pela iniciativa e por esse trabalho que os senhores têm realizado à frente da Emanuel. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente Paulo Brum, Sr.ªs e Srs. Vereadores, Presidente da Sociedade Educacional e Beneficente Emanuel, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, nós saudamos a iniciativa de poder contribuir, é claro, com a Cidade de Porto Alegre, principalmente no que tange à exclusão social. O nosso Governo já vem desenvolvendo vários projetos, e dá para demonstrar claramente que hoje atendemos mais de cinqüenta mil crianças nessa área. Mas sabemos muito bem que ainda há muita coisa a ser feita.

Nós aconselhamos que a sua entidade seja cadastrada junto aos conselhos de assistência social para poder estar qualificada a receber esses recursos, os quais V. S.ªs aqui defendem. Além disso, como participante da COSMAM - Comissão de Saúde desta Casa -, vou sugerir que façamos uma visita à sua entidade no sentido de verificar, de fato, a importância desse serviço, até porque essa discussão também passa por essa Comissão, a qual poderá defender aqui, publicamente, os recursos para tal fim.

Salientamos, ainda, que os projetos defendidos nesta Casa, como por exemplo o do Voluntariado do Governo Municipal, que não foi muito bem aceito ainda e assimilado, e que passamos a defender no próximo ano, também vem ao encontro das necessidades da Cidade de Porto Alegre e aquilo que V. Ex.ª defende da Entidade. Mas, com relação ao Projeto defendido pelo Presidente desta Casa, que trata do aproveitamento das sobras de alimentos, isso está sendo encaminhado à Vigilância Sanitária de Porto Alegre, a qual precisa operacionalizar de uma forma adequada e qualificada para que não vá a sobra já utilizada, e sim a não-utilizada, porque achamos que se trata de uma questão de saúde pública. Portanto, nesse sentido, estamos encaminhando várias ações que vêm ao encontro das necessidades que V. Ex.ª apresentou aqui. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, queria, em nome da nossa Bancada, o PPS, saudar a presença do Sr. Luiz Mayer e do Sr. Luiz Symenski, representantes da Sociedade Educacional e Beneficente Emanuel, na tarde de hoje. Temos acompanhado o trabalho dos voluntários da Casa Emanuel, e, com certeza, podemos dizer que se constitui de trabalhos na área social desenvolvidos por voluntários com uma extrema importância, porque atende aos segmentos mais vulneráveis da sociedade. A existência, o trabalho de entidades como a Casa Emanuel, que entra exatamente pela lacuna do Poder Público, pela falta de capacidade do Poder Público de desenvolver uma política de assistência para os excluídos, para as pessoas em situações de vulnerabilidade, demonstra a importância da participação das ONGs, da sociedade civil, na luta contra a exclusão social, no acolhimento, no atendimento de pessoas em situações absolutamente difíceis como são as das pessoas atendidas pela sociedade Emanuel.

Espero que a sua presença, a presença da Sociedade Educacional e Beneficente Emanuel nesta Casa venha sensibilizar a Prefeitura Municipal de Porto Alegre no sentido de priorizar os recursos da área da assistência, não apenas para a divulgação de uma política de assistência, mas para atividades fins, priorizando recursos para o atendimento da população em estado de calamidade, estado de abandono, pessoas drogadas, pessoas que estão mendigando nas ruas de Porto Alegre, que os próprios dados oficiais mostram que tem crescido muito, infelizmente, na nossa Capital.

Queria parabenizar V. S.ª pela sua presença, e dizer que ela desperta, seguramente, em todos os Vereadores, o compromisso social que todos nós temos que ter, e esta Casa, seguramente, acompanhará mais de perto, no sentido de ajudar a contribuir com a maravilhosa ação que a Casa Emanuel faz, não apenas em Porto alegre, mas também na Grande Porto Alegre. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente. Sr.ªs e Srs. Vereadores, Sr. Luiz Mayer que hoje está aqui representando a Sociedade Educacional Beneficente Emanuel, nós queremos, em nome da Bancada do PDT e em meu nome, em nome dos Vereadores Humberto Goulart, Nereu D’Avila, João Bosco Vaz e José Fortunati, saudá-los e parabenizá-los pelo trabalho prestado pelos senhores, no anonimato.

Como já foi dito, nós aprovamos nesta Casa um Projeto do Ver. Fernando Záchia, Presidente desta Casa, para o reaproveitamento dos alimentos que hoje são colocados no lixo. Esperamos que o Prefeito sancione o Projeto, pois a estrutura, o controle, nós temos, através das Secretarias de Saúde do Estado e do Município, que terão de acompanhar e orientar de que forma essa alimentação pode ser aproveitada para que chegue às pessoas, através de entidades como a que o senhor e sua equipe cuidam, de forma a não causar malefícios à saúde.

Sr. Luiz, eu, que passei três anos na CEASA, tive a oportunidade de ver a quantidade de produtos que são colocados fora. Saiba V. S.ª que a perda de hortifrutigranjeiros chega à média de 30 a 35%. Hoje já está-se aproveitando alguma coisa, mas não é tudo. Há muito ainda a ser feito para o reaproveitamento do que está indo para o lixo .

Temos certeza de que, no dia em que conseguirmos aproveitar de 70 a 80% do que vai para o lixo hoje, nós conseguiremos saciar a fome de muita gente. Para que V. S.ª tenha uma idéia, eu estive há pouco tempo no Chile, juntamente com o Prefeito Municipal, e lá, a perda de hortifrutigranjeiros não chega a 4%, e, aqui, com muitas qualidades de frutas, nós chegamos a 35%.

Portanto, nós temos, de uma forma responsável, que promover um estudo para que tudo o que vai para o lixo seja aproveitado, pois temos certeza de que irá amenizar a fome e o sofrimento de muita gente. Parabéns a V. S.ª e a sua equipe pelo excelente trabalho. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, Sr. Luiz Mayer, representante da Sociedade Educacional Beneficente Emanuel para divulgar aqui o trabalho exemplar da nossa comunidade, a sua dificuldade é encontrada também em outras entidades, mas devemos lembrar a obstinação dos senhores em levar esse trabalho adiante.

Recentemente, eu fui procurado pelo Hospital Espírita, uma entidade com imensas dificuldades, que atende mais de quatrocentos doentes metais. Nos jogos da dupla Grenal foi feita uma campanha para a arrecadação de alimentos, cada torcedor dando a sua parte. Nós nos colocamos à disposição para esse encaminhamento, para que possamos, sociedade de Porto Alegre, de uma forma ou de outra, contribuir com um quilo de alimento não-perecível.

A sua preocupação aqui é bem maior do que isso, é uma coisa constante, seu atendimento é constante, conseqüentemente, a permanência desse trabalho belíssimo tem que ser constante. Esta Casa tem várias alternativas. Aqui o senhor externou as dificuldades; portanto, esta Casa será sensível a essas reivindicações e à premência de resolver esses problemas perante a comunidade de Porto Alegre. Queira receber, do Partido Trabalhista Brasileiro, a nossa solidariedade. Estamos à disposição, o nosso gabinete, a nossa Bancada, para que possamos, dentro do possível, dar a nossa contribuição. Obrigado pela sua presença. Esta Casa fica muito sensibilizada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Agradecemos a presença do Dr. Luiz Symanski e do Sr. Luiz Mayer, que se fazem presentes nesta tarde. Levem a certeza de que esta Casa se irmana na busca de soluções para essa bela obra que o senhores vêm desenvolvendo pela comunidade de Porto Alegre.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h50min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum – às 14h51min): Estão reabertos os trabalhos. Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Vereador José Fortunati está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOSÉ FORTUNATI: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, certamente a notícia que mais preocupa os trabalhadores no dia de hoje é a possibilidade de que amanhã o Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, venha a votar o Projeto de Lei, de autoria do Executivo Federal, que propõe sérias e profundas mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho. É a chamada flexibilização das leis trabalhistas. Mais uma vez, de forma absolutamente equivocada, o Governo Federal propõe mudanças na CLT, com o propósito, segundo ele, de, a partir dessa flexibilização, gerar empregos em todo o País. Sabemos nós, Ver. Humberto Goulart, que, em todas as oportunidades em que o Governo Federal tentou - e muitas vezes conseguiu -, mudar a Legislação, atingindo os trabalhadores, não só não gerou novos empregos como aumentou, certamente, o nível de estrangulamento por que passam os trabalhadores brasileiros.

É um Projeto absolutamente equivocado, que conta com uma resistência muito forte, como é compreensível, por parte dos trabalhadores, por parte das suas principais centrais sindicais: CUT, Força Sindical, CGT. Mas não são somente os trabalhadores que se contrapõem à forma como o Projeto está sendo colocado em votação. Os próprios empresários, que teoricamente estariam interessados na votação do Projeto, se rebelam com a forma e com o método utilizados. É só observarmos as declarações do Presidente da FIERGS, da nossa grande Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, Dr. Renan Proença, que diz, cabalmente, não concordar com a pressa com que o Projeto está sendo levado à votação. Renan Proença demonstra uma grande preocupação quanto à forma e principalmente quanto ao conteúdo do Projeto a ser votado no dia de amanhã. O que chama a atenção é que, mais uma vez, o Governo pretende mudar a legislação trabalhista, quando o Brasil vive, claramente, um processo de recessão econômica, ou seja, o Brasil, nos últimos quatro semestres vive um processo de estagnação econômica e de decréscimo na sua economia, o que, em bom português, ou num conceito econômico, significa que estamos atravessando um processo de recessão econômica. Ora, mudar-se a legislação econômica, fazendo com que essa legislação seja mais flexível, menos perceptível à proteção dos trabalhadores, significa claramente penalizar-se os trabalhadores brasileiros. Eu não tenho dúvidas de que, mais uma vez, como tem acontecido historicamente, quem vai acabar pagando a conta – para não dizer “o pato” – é a ponta mais fraca da corda, que são os trabalhadores brasileiros.

O Presidente da República deveria estar preocupado em mudar a sua política econômica; uma política que está trazendo recessão, quebradeira de pequenas e médias empresas, que são as que mais empregam no País, desemprego alarmante entre nós, e arrocho salarial. O Governo teria de mudar a sua política industrial, aliás, se ela realmente existisse – não conheço a política industrial do Governo. No mínimo, para gerar empregos, deveríamos ter uma política industrial adequada para o Brasil. O Governo deveria pensar, de forma adequada, numa política agrícola que contemplasse o homem do campo e lhe desse condições de lá produzir e lá permanecer. Hoje são poucos os setores onde existe um preço mínimo adequado, onde o homem do campo se sente contemplado. Na maior parte dos casos, o homem do campo se sente compelido a sair do campo e engrossar os bolsões de desemprego das grandes cidades. Falando nisso, é só olharmos as escorchantes taxas de juros praticadas em nosso Brasil, que hoje são as mais elevadas do mundo. Nós que gostamos, caro Presidente Paulo Brum, de ser considerados os campeões de futebol, infelizmente já não somos mais os campeões de futebol, mas somos os campeões das altas taxas de juros neste mundo.

Por isso, não tenho dúvida de que o Governo deveria repensar a votação de amanhã, retirar o Projeto de Lei do seu sistema de urgência urgentíssima, e discutir melhor essa matéria, com trabalhadores e com empresários, para que o resultado final venha atender as demandas de toda a Nação Brasileira e não somente de alguns, que nem sabemos quem são. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, na sexta-feira, faleceu a Sr.ª Maria do Carmo Leal Serrano, irmã do nosso colega, Ver. Pedro Américo Leal. Requeiro que façamos um minuto de silêncio em homenagem póstuma à Sr.ª Maria do Carmo Leal Serrano.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Nós deferimos de plano o Requerimento do Ver. João Antonio Dib e pedimos a todos que seja feito um minuto de silêncio em homenagem póstuma à irmã do nosso querido amigo Ver. Pedro Américo Leal.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações, por transposição de tempo com Ver. Juarez Pinheiro.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, o assunto que me traz a esta tribuna, neste período, hoje, é a comemoração da Semana da Consciência Negra, iniciada no dia 13 de novembro com encerramento previsto para amanhã, dia 20, nesta Casa, com diversas atividades que marcaram essa importante semana.

Gostaria de relembrar, um pouco, a história do negro no Brasil. Ele foi trazido como escravo por volta de 1530 e tratado como uma peça no comércio de compra e venda no mercado, e não como um ser humano. O negro foi responsável pela maior parte das riquezas do nosso País, uma peça fundamental na história do nosso País e que ainda hoje é discriminado.

A sua participação no Brasil foi além da produção da riqueza. O negro trouxe a sua história de vida e com ela a sua cultura, que ainda hoje predomina e marca a cultura brasileira.

Podemos citar, como principais características dessa cultura, a crença religiosa - o candomblé, a umbanda -, as comidas típicas - o vatapá, o cuscuz -, as danças e músicas - a capoeira, o batuque -, o vestuário - as saias rodadas, os colares, os turbantes -, o vocabulário - moleque e cafuné. Porém, mesmo com toda essa contribuição cultural e econômica, o negro ainda hoje continua sendo discriminado.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Ver.ª Maria Celeste, quero saudar V. Ex.ª por seu brilhante discurso. Nós tivemos hoje, pela manhã, um prosseguimento do debate sobre a consciência negra, quando esteve presente o ex-Governador, hoje Deputado Federal Alceu Collares. Foi um debate excelente, um resgate da consciência negra, do que representou o negro para esse País. Portanto, mais uma vez, saúdo V. Ex.ª por seu brilhante discurso.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Obrigado, Ver. Ervino Besson. Nós devemos parabenizar a comissão organizadora da Casa, que vem realizando um excelente trabalho durante toda esta semana.

Voltando à questão do processo de exclusão sofrido pelos afro-brasileiros ao longo dos tempos, ele trouxe também uma função perversa: a constituição de um exército de mão-de-obra barata à disposição de um empresariado ávido de lucro e totalmente divorciado da sua responsabilidade social. Discriminado e marginalizado, a imagem do negro, perante a sociedade, é de um desqualificado, incapaz, sendo-lhe impostas restrições ao mercado de trabalho.

Não diferente disso ou pior do que isso está a situação das crianças negras no nosso País. Aqui quero referir-me à questão da escola, uma importante instituição que deve rever os seus hábitos, usos e costumes. Na escola, os negros não costumam ser considerados como brasileiros de ascendência africana, mas como descendentes de escravos, pessoas que foram tornadas objetos de uso. Ao tratar-se da formação do povo brasileiro, embora o seu grupo de raça seja o maior da população brasileira, cerca de 60%, não é mencionado. A história do seu povo, no Brasil e na África, é ignorada, seus heróis não são lembrados. Os livros didáticos representam pejorativamente os negros. Os professores desconhecem a sua história e a sua cultura e silenciam diante da situação de discriminação que as crianças vivem. Nunca se discute a questão do racismo e nem como é difícil ser negro no Brasil, até mesmo em comunidades em que predomina a população negra. É lamentável que ainda se reproduzam essas histórias em nossa escola.

Para finalizar, eu gostaria aqui de ler um texto, produzido por um estudante adolescente negro, que ele diz: “Professor, olha, eu estou aqui pedindo espaço, há bastante tempo, e tu nem olhas para mim, porque sou negro. Eu tenho idéias que quero expor, dá-me uma oportunidade, por favor. Talvez nem percebas, mas com teu olhar podes matar ou incentivar um aluno a sobreviver, a lutar. Ensina-me que ser negro é lindo e, mais ainda, é lindo assumir a negritude.”

Portanto, deixo estas palavras como uma importante reflexão para todos nós nesta Casa, para os senhores e as senhoras que estão nos ouvindo, que reflete a Semana da Consciência Negra. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, senhoras e senhores. Eu não posso entender essa atitude do Partido dos Trabalhadores aqui nesta Casa, e mesmo o que aconteceu lá na Assembléia Legislativa, tentando impedir que investigações de denúncias de ilicitudes possam ser aprofundadas e possam realmente resgatar a verdade para que a sociedade possa ser premiada com aquilo que realmente ela merece. Aqui, neste Legislativo, tenta-se impedir, de todas as formas, que prossiga a CPI do DEMHAB. E olhem que, depois de darmos aqui um Parecer na Comissão de Justiça, onde sustentamos a possibilidade de se suspender o prazo da CPI a fim de que pudessem ser usados os trinta dias finais para que os membros da CPI estudassem e colocassem um paradeiro nos problemas acontecidos lá no DEMHAB, e tentassem, pelo menos, equacionar a infelicidade por que passam alguns dos moradores em conjuntos habitacionais administrados pelo DEMHAB, a bancada petista e mais o Partido dos Trabalhadores resolveram entrar com uma estratégia: três mandados de segurança. Não foi um nem dois, foram três mandados de segurança! Perderam o primeiro, porque qualquer juiz, conscientemente, não vai impedir que uma investigação prossiga numa Casa Legislativa como esta; que uma CPI possa realmente continuar o seu trabalho. Perderam o segundo mandado, e aí foram contratar um advogado de São Paulo, porque parece que os que estavam aqui não estavam conseguindo fazer com que o nosso Judiciário se sensibilizasse com a tese do PT, que era de que não podem ser investigadas, as antigas vestais, que não tinham nenhum tipo de nódoa, que eram ingênuas, imaculadas, agora não querem ser investigadas para que as nódoas não aumentem. Agora, eles querem impedir que esta Casa Legislativa, que a CPI instaurada aqui nesta Casa possa continuar os seus trabalhos. Ora, será que não bastaria apresentar para esta CPI todos os documentos, tentando comprovar que o DEMHAB nada deve, e que essa população que aí está e que se diz injustiçada, na verdade essa população está enganada e é o DEMHAB que está com a justiça? Bastaria que o PT pudesse entregar essa documentação para a CPI, provando que eles estão do lado da Justiça e a população está equivocada. Mas não, não quiseram. Não quiseram mostrar essa documentação, porque acredito que não a tenham. Preferiram terminar com a CPI, liquidar com a CPI. Como não puderam, na primeira medida judicial, por meio do primeiro mandado de segurança, terminar com a CPI, tentaram uma segunda vez. Não puderam com a segunda, foram buscar um advogado de São Paulo e aí conseguiram. Se precisasse, eles entrariam com mais vinte mandados, até conseguirem um. Só que o Ver. Juarez Pinheiro e outros Vereadores aqui da Bancada, o próprio Ver. Estilac Xavier, que também é um craque nessa área do Direito, sabe muito bem que existe a história do juiz prevento, quer dizer, aquele que primeiro conheceu o processo, aquele que primeiro analisou o processo, e esse primeiro juiz disse que a suspensão estava correta e que deveríamos ter o prazo para continuar os trabalhos da CPI. Esse juiz, ainda no dia de hoje, deverá cassar essa liminar que foi concedida ao Partido dos Trabalhadores, porque ela é vergonhosa! Ela, inclusive, enxovalha o bom nome do Judiciário, porque o Judiciário não se deveria prestar a esse papel de impedir que uma CPI prosseguisse nesta Casa por mais trinta dias para poder averiguar os problemas do DEMHAB. Mas, infelizmente, isso acontece, está acontecendo. Mas eu tenho certeza de que, até hoje à tarde, se Deus quiser, nós vamos ter uma cura para esse grande mal que se chama justiça indevida em prol de um Partido político que se quer esconder ainda sob essas saias da imunidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Registramos o aniversário do nosso colega, Ver. Beto Moesch. V. Ex.ª receba um abraço dos seus amigos. Em nome do Presidente Fernando Záchia, entrego a lembrança para marcar a sua data. Saúde, paz e vida longa, Vereador.

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, eu ia falar hoje sobre o tema da Lei das Filas, o atendimento bancário precário que hoje é prestado à Cidade de Porto Alegre, e o não-cumprimento pelas agências bancárias de uma Lei pioneira desta Cidade, mas as palavras do Ver. Luiz Braz, a sua tautologia e a sua busca de inverter os dados, me obrigam a mudar o tema, sob pena até de me desqualificar, politicamente, nesta Casa.

O Ver. Luiz Braz omitiu aqui inúmeras questões. Nós do PT não nos opomos a nenhuma CPI, até porque as CPIs contra nós sempre acontecem, não acontecem contra os partidos os quais V. Ex.ª defende e pertence, e um exemplo é o Congresso Nacional. O Ver. Luiz Braz começa falando que a CPI do DEMHAB está sendo obstruída por nós, e está sendo obstruída pelo Ver. Luiz Braz e seus companheiros de oposição, porque quem veio buscar a suspensão dos trabalhos da CPI não fomos nós. Quem buscou a suspensão dos trabalhos? E o que significa suspender? Suspender significa parar de trabalhar. Quem foi que buscou esse instituto? Foi o Ver. Luiz Braz e seus colegas. A Bancada do PT não faltou, estava aqui, e foram buscar um argumento sem nenhuma base jurídica. Eu tenho aqui, Ver. Luiz Braz, e posso passar às suas mãos, o Acórdão definitivo de um Tribunal que diz de forma absolutamente clara como entendeu o magistrado que concedeu a liminar: “Não existe suspensão.” Por que não existe suspensão? Porque se trata de um prazo decadencial, e V. Ex.ª, que é um bacharel, conhece isso. A Procuradora da Casa havia alertado, mas os Srs. Vereadores que constituíram uma CPI com fatos genéricos, violando o art. 58, parágrafo 3º da Constituição Federal, que não tiveram fôlego, que não tiveram condições de apurar, resolveram, em um dado momento, que os trabalhos tinham de ser paralisados e suspenderam a CPI. Ora, sabe-se que, quando há uma CPI, há uma lide, há uma litigância, e que são cotejados aí os interesses públicos contra os interesses e os direitos fundamentais do cidadão que constam do art. 5º da Constituição Federal. Ver. Luiz Braz, houve três mandados de segurança, e V. Ex.ª deveria ter dito aqui, e não disse, que foram propostos por pessoas diferentes o direito líquido e certo.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Juarez Pinheiro, eu vou assegurar o tempo de V. Ex.ª Eu peço que as nossas galerias mantenham silêncio, vamos ouvir a contradição. É uma Casa democrática e eu peço, por favor, que se mantenham em silêncio, enquanto houver um Vereador na tribuna.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Agradeço ao Presidente pela gentileza, mas não me interessam esses apupos. Ver. Luiz Braz, quem propôs os Mandados de Segurança foram pessoas diferentes, todas com legitimação ativa, mas com o direito líquido e certo diferentes. Então, o instituto que V. Ex.ª trouxe à colação, não se aplica. De outra forma, Ver. Luiz Braz, eu quero dizer a V. Ex.ª que o Ver. Estilac Xavier e eu fizemos, ao longo deste feriado, um estudo sobre a CPI da Segurança, que se realizou na Assembléia Legislativa. Tanto lá como aqui, atropelada foi a Constituição Federal que regula os procedimentos da CPI. Nós arrolamos, aqui, mais de vinte itens que provam de forma absolutamente clara, de clareza solar, que, na CPI da Segurança, não foi obedecido o devido processo legal, houve cerceamento de defesa, não houve o contraditório. O Presidente da CPI, Ver. Marcelo Danéris, tinha a obrigação, pelo Regimento da Assembléia Legislativa, quarenta e oito horas antes de ler o seu Relatório, de entregar a todos os Deputados e à sociedade gaúcha cópia do seu Relatório. Não o fez, leu na hora, violou os artigos 164 e 152 do Regimento da Assembléia Legislativa e violou, também, a seriedade do processo.

Para concluir, Sr. Presidente, o que a oposição ao projeto democrático e popular tem que fazer, aqui e na Assembléia Legislativa, é ser mais séria, não tentar instituir figuras jurídicas que não existem, como no caso da suspensão inventada pelo Ver. Sebastião Melo e que foi, de forma clara, não recebida pelo Magistrado que concedeu a liminar. Tem que obedecer o direito de defesa, o devido processo legal, porque senão continuarão a perder mandados em cima de mandados, porque atropelam a ordem jurídica e atropelam, acima de tudo, algo que é muito sério: o fundamento das relações. E fazem, com as suas atitudes, um verdadeiro engodo, enganando as pessoas, como essas pobres pessoas que há pouco me apuparam. Absolutamente ilegal, inconstitucional a suspensão. Andou muito certo o Magistrado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra, em Comunicações.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, gostaria de tratar aqui sobre a questão da CPI do DEMHAB. Essa CPI existe, Srs. Vereadores, há três meses. Na verdade, ela já trabalha em torno de oito meses. Durante todo esse período, nenhuma prova conseguiram trazer, com depoimentos, ou sem depoimentos, ou pedindo mais de oito mil processos, que pudesse comprovar as supostas denúncias e irregularidades com o DEMHAB. Ao contrário, nesse período, a única que se pronunciou oficialmente foi a Polícia Federal, que, em um parecer prévio, disse que não havia crime eleitoral por parte da direção do DEMHAB. Mas, premidos pelo tempo, e com a convicção de que teriam que apresentar um relatório condenatório, mesmo vendo, diante dos depoimentos, Ver. Reginaldo Pujol, diante das provas levantadas, diante de todas as documentações, que não havia nada que comprovasse qualquer crime por parte do DEMHAB, uso eleitoral, irregularidades no DEMHAB, mesmo assim não querem apresentar um relatório que inocente o diretor e o DEMHAB. Por quê?

Como a Bancada do Partido dos Trabalhadores defendeu ao longo desses noventa dias, a CPI não seguiu seu curso normal. Nós defendemos desde o início que a CPI do DEMHAB não deveria parar, deveria investigar até o final, deveria apresentar um relatório no seu final. Mas o subterfúgio, que não é dito por este Vereador, é dito pelo despacho do Juiz Pedro Luiz Pozza, o subterfúgio de ganhar tempo para conseguir, a qualquer custo, provas que pudessem incriminar o DEMHAB ou o seu Diretor, fez com que apresentassem um requerimento de suspensão que não se sustenta no Regimento, não se sustenta na Lei Orgânica, não se sustenta em jurisprudência, e não se sustenta na vida real e nem na Constituição. Mas o Juiz, o Sr. Pedro Luiz Pozza, diz no parágrafo 2º do seu despacho: “... não há qualquer previsão no Regimento Interno da Casa Legislativa, acerca da suspensão dos trabalhos da CPI.” Assim como tinha dito a Procuradoria desta Casa, o que foi deferido de plano pelo Presidente desta Casa, que teve um parecer com votos parciais na CCJ. Mas ele segue: “...nada mais é que um subterfúgio para evitar extinção automática do respectivo processo ao cabo de noventa dias da instalação.” Mas ainda não convencido disso, Ver. Pedro Américo Leal, o Ver. Sebastião Melo acaba de anunciar na rádio que vai pedir a prorrogação da CPI. Mas olha só o que eu vejo aqui, Ver. Luiz Braz: uma convocação oficial da CPI, chamando uma reunião para o dia 20, às 9h30min, ou seja, amanhã. Houve uma reunião fantasma, clandestina, hoje, pela manhã, da qual eu também recebo no gabinete uma convocação, um comunicado de uma reunião que não existiu, já tem um comunicado dizendo que ela já está suspensa de novo: “De ordem do Sr. Presidente vimos por meio deste comunicar aos Srs. Vereadores que a reunião de hoje - que não foi convocada porque foi convocada para amanhã -, dia 19 de novembro de 2001, desta Comissão Parlamentar de Inquérito, está suspensa a partir das 10h51min, podendo ser reconvocada a qualquer momento durante o dia.” Bom, a pergunta que fica, Ver.ª Maria Celeste, é como é que o Ver. Sebastião Melo vai propor, aqui neste Plenário, a continuidade, a renovação do pedido de CPI, se nem a CPI se reuniu. A reunião está suspensa, vão chamar a reunião agora durante o Plenário, porque o Ver. Sebastião Melo, no mínimo, deve respeitar a decisão majoritária da Comissão Parlamentar de Inquérito e não fazer por sua própria vontade os seus requerimentos aqui no Plenário, mas deve ser chamada a reunião, como foi convocada.

O DEMHAB, assim como a Prefeitura, assim como a Bancada do Partido dos Trabalhadores, da Frente Popular, participou desde o primeiro momento desta CPI, procurou contribuir; o Diretor esteve aqui por mais de três vezes; oficiou o Ministério Público, a Polícia Federal, Justiça Eleitoral para prestar espontaneamente todos os esclarecimentos, não foi suficiente. Não houve, durante esses três meses e nos últimos oito meses em que se fala desse assunto, Ver. Humberto Goulart, nenhuma prova contra o DEMHAB ou o Diretor, e mesmo assim não querem apresentar um relatório justo, que inocente o Diretor Pestana, assim como fez a Polícia Federal, e que diga que no DEMHAB não foi vista e ou levantada nenhuma irregularidade. Vamos apresentar o relatório hoje e vamos dizer, de cabeça erguida, que a Câmara não trouxe e não conseguiu levantar nada que mostrasse crime do DEMHAB ou do Diretor Pestana. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Pedimos aos nossos visitantes que, por favor, mantenham silêncio para que possamos dar prosseguimento aos trabalhos desta Sessão.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, o que eu tenho notado é que os nossos visitantes têm sido agredidos por algumas palavras que não refletem a verdade, por parte dos Vereadores do PT que vão à tribuna. Então, como existem algumas assacadilhas, algumas mentiras que são faladas da tribuna, isso está irritando o pessoal das galerias, é por isso.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Nós não registramos como Questão de Ordem.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Eu preciso dar um esclarecimento, Sr. Presidente, porque o Ver. Luiz Braz usou de um subterfúgio para poder responder às intervenções, onde, em nenhum momento, nenhuma pessoa foi atacada, direta ou indiretamente. Nós respeitamos sempre as galerias, sejam a favor ou contra.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Nós não registramos como Questão de Ordem as manifestações de V. Ex.ªs.

Por cedência de tempo deste Vereador, o Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, esta Casa é testemunha que desde o dia em que eu fui escolhido como Relator da Comissão Parlamentar de Inquérito do DEMHAB, eu me estabeleci um critério de comportamento que muitas vezes desagradou a jornalistas, a interessados no assunto, enfim, a pessoas que me provocavam opiniões sobre o mérito desta CPI e eu sempre respondi que estava me resguardando para o final, em um relatório que pretendia vê-lo circunstanciado; exprimi, com toda a realidade, o que observei, o que senti, e o que constatei ao longo dessa Comissão Parlamentar de Inquérito.

Por isso, Ver. Haroldo de Souza, me sinto, no dia de hoje, chamado ao debate, quando observo várias afirmações que se inserem dentro de um processo que realmente quero confessar, com toda lisura, sem penetrar no mérito, me deixa com grandes preocupações: de um lado, tenho em mãos uma documentação oficial, que chegou às minhas mãos, pela qual se demonstra claramente que a grande maioria, a mais absoluta maioria, das providências solicitadas pela CPI, especialmente aquelas dirigidas ao Executivo Municipal, até a data de hoje, não foram cumpridas, mais da metade das providências solicitadas, mais da metade das diligências, Ver. Elói Guimarães, não foram cumpridas, e um bom número foi cumprida fora do prazo. Isso, Srs. Vereadores, somado a um comportamento que verifiquei nos últimos dias em que três mandatos de segurança foram interpostos no Fórum local, na busca de uma decisão - que na prática é terminar com a Comissão Parlamentar de Inquérito -, faz com que, sem entrar no mérito, sem prejulgar quem quer que seja, eu tenha todo o direito de, doravante, ficar altamente preocupado com o que se está buscando esconder da investigação desta Casa.

Tenho todo o direito de ficar com essas dúvidas, se assim não fosse, por que essa insistência de se ingressar em três vias consecutivas, com mandatos de segurança, com o mesmo teor, com a mesma argumentação, formulado por pessoas distintas, todas elas interligadas entre si; ou seja, a pessoa jurídica do Departamento Municipal de Habitação, o seu Diretor-Geral e a sua Liderança, aqui na Câmara Municipal de Porto Alegre, que foi um dos impetrantes de mandato de segurança, por quê? O que se quer afinal? Quer-se dizer o seguinte: “Olha, vamos dar um atestado de regularidade para as atuações do Departamento Municipal de Habitação, porque nada se levantou contra eles durante todo este período.”

E a Comissão, diz o Ver. Juarez Pinheiro, não quer trabalhar, pediu a suspensão dos trabalhos. Claro que pediu a suspensão dos trabalhos. Como trabalhar em cima de uma documentação inexistente, que não é entregue, que não é oferecida à Casa, aos integrantes da CPI para que eles possam investigar com serenidade? Como fazer isso, Ver. Haroldo de Souza? Não é possível! Diante disso, me parece, Ver. Pedro Américo Leal, que a mais sábia e a mais serena decisão foi a de interromper os trabalhos. Nós podíamos, naquele momento, Ver. João Antonio Dib, simplesmente dar os trabalhos por inconclusos e apresentar para a opinião pública o resultado. Estão escondendo alguma coisa, porque não estão oferecendo para a CPI as informações que nós temos solicitado. Não! Fomos responsáveis, fomos serenos, fomos tranqüilos e não quisemos prejulgar; entendemos que alguma coisa estava acontecendo de equivocado, mas isso não nos autorizava um prejulgamento, suspendemos os trabalhos - com que objetivo? Para verificar se nesse período da suspensão, afinal, a documentação viria para Casa. Não veio, até hoje não veio! E querem que encerremos os trabalhos. Não vamos encerrar os trabalhos, não! Nós vamos continuar investigando! Esta Casa não vai se dobrar a essas manobras, a essas gincanas!

Não pensem que a minha intenção possa ser entendida como tolice ou ingenuidade, sou isento sim! Mas não sou cego a essas manobras que querem afogar o desejo de Vereadores nesta Casa de, efetivamente, investigar e esclarecer os vários indícios que tem de uso da máquina eleitoral, de negócios não bem realizados e, sobretudo, essa escandalosa negociação do Jardim Dona Leopoldina, que ainda merece ser esclarecida. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra em Comunicações e para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, a brilhante jornalista brasileira que escreve no jornal Folha de São Paulo, Eliane Cantanhêde, conhecida de todos nós, escreveu, ontem, que o Partido dos Trabalhadores, nessa questão das acusações referentes à CPI, com seu Relatório publicado pela Assembléia Legislativa, o Partido dos Trabalhadores tem usado – diz ela – os mesmos argumentos que o Sr. Jader Barbalho, que o Sr. Luiz Estevão e que outros acusados usaram, ou seja, “uma armação política, coisa da direita, golpismo”. Então, ela diz que não se atribua e não se pense, já de imediato, que o Sr. Governador do Estado do Rio Grande do Sul seja um desonesto ou seja alguém que deva ser atirado às feras. Não, absolutamente. Agora, que o Partido dos Trabalhadores explique o que o Rio Grande quer ver explicado. Então, essa isenção da jornalista expõe nos termos as atitudes do Partido dos Trabalhadores. E o que se verifica aqui na Câmara? E o que se verificou, com testemunhas oculares, aqui, nas manhãs de reuniões da CPI do DEMHAB? Obstruções, perguntas infindáveis, questões particulares dos depoentes; a desqualificação dos depoentes para inviabilizá-los. E o que de real ocorreu? O que de real ocorreu é que o Regimento diz que para todas as comissões temporárias - e a CPI é uma Comissão temporária -, quando não informadas as diligências pedidas ao Executivo, as comissões temporárias suspendem os seus trabalhos. Se não diz especificamente sobre a CPI, a CPI sendo uma comissão temporária, é lógico que é aplicado o mesmo princípio básico.

E agora eu dou os números oficiais que foram distribuídos aos Vereadores na sexta-feira passada, ou seja, até o feriado de 15 de novembro, os números são os seguintes: foram pedidas quarenta e duas diligências – quarenta e duas diligências -, dessas, vinte e sete foram pedidas a órgãos fora da Prefeitura: Polícia Federal; Caixa Econômica Federal; Receita Federal; 18ª Delegacia; 14ª Delegacia e etc.

Registre-se: essas repartições e entidades não têm por lei a obrigação de, em quinze dias, responder. V. Ex.ªs sabem quantas foram respondidas das vinte e sete? Foram respondidas vinte e duas, somente cinco não foram respondidas por quem não tinha a obrigação de responder em quinze dias. Pois bem, quarenta e duas menos vinte e sete, sobram quinze, as quinze foram diligências dirigidas à Prefeitura e ao DEMHAB. Sabe quantas foram respondidas das quinze? Apenas seis, ou seja, mais de 50%, de quem tem obrigação, por lei, de, em quinze dias, responder, não responderam até hoje. Está no documento oficial, a Prefeitura recebeu, no dia 21 de outubro, protocolado, assinado, a Prefeitura assinou as diligências, os quinze venciam no dia 6 de outubro. Então, há razões, sobejas razões para a suspensão dos trabalhos. Tanto isso é verdade que somente agora, na semana passada, advieram do Ministério Público quatro caixas com quatro dossiês-processos referentes ao DEMHAB, inclusive sobre informações de auditoria do Tribunal de Contas e da CAGE sobre os mutuários do DEMHAB na Caixa Econômica Federal, diligências essas pedidas pela Promotora da 4ª Vara de Defesa do Patrimônio Público, Dr.ª Alice Vieira. Agora é que esses documentos importantíssimos da Procuradoria adentraram na Câmara Municipal. A Procuradoria não tinha os quinze dias para informar e informou, vieram as quatro caixas. O DEMHAB? O DEMHAB fez o seguinte - estão aí os funcionários do Protocolo para não me deixarem dizer qualquer impropriedade -, foram vindo homeopaticamente, tanto que, quando fui oficialmente no Protocolo, havia documentos que chegaram no dia 10 de outubro, 15 de outubro, 20 de outubro. Até hoje, dia 19 de novembro, não vieram ainda 50% das diligências que a Prefeitura tinha que acoplar aos autos até 6 de outubro. O que o PT fez? Esperou o final da CPI, pensando maquiavelicamente assim: bom, como o dia 19 é o prazo final da CPI pelos noventa dias, nós vamos entrar em juízo e suspender, ou seja, terminar esta CPI, parar de averiguar. E foi o que fizeram. Mas sabe como fizeram? Entrando com três mandados de segurança, um deles com o escritório do Dr. Eros Grau, de São Paulo, que é professor da USP, que eu vou querer saber depois quanto foi que pagaram pelas quarenta e nove páginas acopladas nesse mandado de segurança, adentrado dia 13, quinta-feira passada, e indeferido pelo Juiz da 2ª Vara da Fazenda! Então, o Diretor do DEMHAB entrou com mandado de segurança, não conseguiu a liminar; entrou com um segundo Mandado, em nome do DEMHAB, não conseguiu. Aí adentrou na 3ª Vara e conseguiu a liminar que está em vigência. O que é que acontece? Acontece com o Partido dos Trabalhadores escandalosamente que ele está ou soltando foguetes na frente da Câmara, indecorosamente, por uma vitória de Pirro no Tribunal, que impediu a consulta popular, o referendo popular, a busca do voto, do autorize-se, uma lei que esta Casa fez; ou seja, eles impediram a participação popular na Justiça e largaram foguetes, por impedir, na Justiça, o que o Juiz lhes concedeu. Mas concedeu jurídica o que politicamente é impertinente, é inescrupuloso: a não-consulta a uma lei que esta Casa fez. E agora o que fez? Foi buscar no Tribunal, para colocar embaixo do tapete, a busca dos documentos que podem comprovar irregularidades ou não no Departamento Municipal de Habitação. Mas a atitude é a mesma; ou seja, usaram o Tribunal e foi isso que o Vereador, hoje do PDT honrosamente, José Fortunati, fez do voto em separado em relação ao referendo. Saiu do PT, porque não concorda mais que aquilo que é a formalidade, o formalismo jurídico, o impedimento, por meio de picuinhas judiciárias, da manifestação popular, no caso do referendo, e agora da investigação sadia, por intermédio de documentos pedidos à Prefeitura e não respondidos, da continuidade da CPI do DEMHAB. Então, este é o novo PT! Este é o novo PT! É o que chama de golpista e de direitoso o Deputado Vieira da Cunha, um homem que, no ano passado, defendia o PT mais do que o Sr. Ivar Pavan. Aí ele era maravilhoso. Hoje, ele é de direita e é golpista, porque ousou colocar num Relatório aquilo que foi o Sr. Jairo Carneiro quem denunciou, de que a sede do PT foi comprada com o dinheiro do jogo do bicho, e depois o Sr. Diógenes enterrou o Governador, dizendo que por autorização do Governador ele tinha dado um carteiraço no Chefe de Polícia. Não foi o Vieira da Cunha que enterrou o PT; foram o Diógenes e o Jairo. O que o novo PT faz? Larga foguetes para não deixar a consulta popular viger; larga foguetes pelo formalismo de ganhar nos tribunais o jogo que não ganha no campo. Agora quer a mesma coisa: que a CPI não prospere, invocando a suspensão como não válida.

Nós também fomos ao tribunal; estamos contestando essa ação e esperamos, porque hoje tudo é não-definitivo, pois existe uma liminar e uma liminar é efêmera, é temporária, não foi julgado o mérito, não foi julgado o todo; foi julgada uma parte. Portanto, se foi julgada uma parte e não o todo, a CPI não terminou, ela só terminará com a manifestação, pela vontade do PT – e não nossa –, pela manifestação do tribunal, porque, pela nossa vontade, nós queríamos que adentrassem nos autos do processo os documentos que informam, como os que recebemos da Polícia Federal, da 18ª Delegacia e da 14ª Delegacia, graves acusações em relação inclusive à Dona Maria de Lourdes, que deu dinheiro no postinho do DEMHAB que nunca entrou no caixa do DEMHAB, e cujos funcionários até hoje não sei se foram para rua ou não.

Se tudo é efêmero, se nós estamos sob a vigência de uma liminar, enquanto não julgarem o mérito, esta Casa tem a obrigação de votar a prorrogação da CPI para que ela continue averiguando se há ou não questões graves contra o Departamento Municipal de Habitação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra, em Comunicações.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, a tática do conta-gotas sempre foi um método pautado pelos fascistas, que deixam as pessoas em constante tortura psicológica.

Eu quero me referir ao que está acontecendo na CPI contra o PT na Assembléia Legislativa. Não está aqui, Sr.ªs e Srs., o momento de disputa, mas, apenas, aqueles que deixaram o Estado do Rio Grande do Sul acabado, destroçado, endividado e vendido, eles querem voltar, sim, para lá, mas o que está, aqui, realmente, em disputa, é o centro construído da guerra quente da luta de classe.

E de um lado, Sr.ªs e Srs., quando se estabeleceu o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, colocou-se em debate o Fórum de Davos, e ali ficou claro que não era apenas a elite tupiniquim nacional que estava fazendo uma disputa, mas, sim, estava em disputa, o FMI, a OMC, o Banco Mundial, os servis nacionais, que são os Partidos tradicionais e alguns, agora, travestidos de socialistas, o monopólio das comunicações, latifúndios, setores empresariais e a banda podre da Polícia Civil, e, de outro lado, os trabalhadores, os sindicalistas, os partidos de esquerda, os movimentos sociais, todos os projetos sérios que temos desenvolvidos não apenas no nosso País, mas em nível internacional.

O que está em jogo? Está em jogo o poder da banda podre que sempre comandou o universo, os interesses dos oligopólios tradicionais, a soberania nacional. Está em jogo, para essas pessoas, o fortalecimento da indústria bélica, que faz as guerras e que mata milhões de pessoas, está em jogo o narcotráfico, que sempre teve ligações profundas com essas pessoas, com esses segmentos, está em jogo o patrimônio ambiental, a semente que é um patrimônio da humanidade e que, hoje, por meio das políticas dos agrotóxicos e dos transgênicos, faz com que as comunidades e as pessoas fiquem dependentes dessa política dos agrotóxicos.

Sr.ªs e Srs., para nós não há problema absolutamente nenhum em investigar o que está errado. Para nós, do Partido dos Trabalhadores, que é um partido também feito de homens e mulheres, não há problema em punir, se for necessário, se alguém não está agindo coerentemente com a proposta do Partido, porque para nós não tem “pizza”. Nós vamos até o fim ver se realmente existe algum problema - o que não acontece na grande maioria dos partidos, inclusive nos das Bancadas que aqui estão constituídas.

O PT vai, sim, averiguar a fundo se existe alguma irregularidade. Mas, Sr.ªs e Srs., essa tática é velha, a tática de levantar suspeitas, espalhar boatos, divulgar mentiras na imprensa; essas atitudes já conhecemos, são velhas conhecidas do PT e da Frente Popular. Foi usada na Cidade do Leme para incriminar o Partido pela morte de trabalhadores durante uma greve. Depois comprovou-se que os disparos partiram da polícia militar. Foi a mesma coisa às vésperas das eleições presidenciais em 1989, quando vestiram camisetas do PT no seqüestro do empresário Abílio Diniz. Ocorreu também na campanha de 1998, quando ameaçaram trabalhadores na campanha eleitoral, dizendo que empresas fechariam se Olívio Dutra vencesse as eleições. Tudo isso, Sr.ªs e Srs., foi desmascarado. Isso, para nós, não é novidade.

Para encerrar, Sr. Presidente, eu gostaria de dizer que nós também queremos saber qual é a relação que continua entre o Jader e o PMDB! Nós queremos saber sobre a triangulação suspeita entre a Azaléa, o PMDB e o FUNDOPEM. A ligação do ex-Governador Antônio Britto, a ABI e o Banco Opportunity! Nós queremos saber, sim, por que as Bancadas de oposição na Assembléia Legislativa não querem assinar a CPI que abre as contas de todos os Partidos? Nós queremos saber por que isso, já que sabemos exatamente onde vai-se chegar.

Portanto, eu gostaria de dizer: maquiavélico, sim! Golpista, sim! Traidores da luta de classe! É isso o que está em jogo! E nesta Casa, como na Assembléia, nós temos muitos oportunistas de horas, oportunistas que não querem levar este País à frente. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, o que me aborrece são certos pronunciamentos feitos nesta tribuna, onde um partido tenta se intitular como dono da verdade, como o repositório da honra e da dignidade, e não é nada disso. Não é nada disso, absolutamente nada! Não pode nem ser comparado àqueles que antes dirigiram esta Cidade! E é comum virem dizer aqui que os Prefeitos anteriores tinham problemas. Eu devo dizer que - e, pela primeira vez vou dizer isto em público - eu já fui ameaçado pela Bancada do PT, disseram que levantariam a minha administração e eu iria saber o que era denúncia. Passaram-se os anos e não aconteceu nada. Só que na minha administração, na administração dos que me antecederam, havia um responsável por ela, responsabilidade se assumia e não se transferia. Nessas administrações que aí estão, não há responsáveis. Por isso é que eu me sinto agredido quando dizem que o Diógenes deixou o PT. Não, lá no PT ninguém faz nada sozinho; ninguém tem personalidade para fazer alguma coisa, para assumir responsabilidade. Se tivessem personalidade, no que se refere à balança, aquela que quebrou no Governo Olívio e que deu um prejuízo de 1 milhão de dólares para a Prefeitura, numa auditoria do Dr. Tarso Fernando, não colocariam o mesmo diretor que quebrou a balança. Está lá, é o mesmo, na Limpeza. Quebrou a balança, o Olívio sabia que tinha quebrado a balança, pagaram 1 milhão de dólares. A sugestão foi que a empresa devolvesse o milhão de dólares. A empresa colocou no jornal uma notinha que dizia assim: “Não pesei o lixo, não fiz os empenhos, não emiti os recibos, apenas recebi o que me pagaram, não tenho nada para devolver.” Nunca aconteceu isso numa administração antes do PT! Compraram um incinerador de lixo, pagaram e, até agora, não foi instalado. Coincidentemente, o assessor era do PT, o fabricante era do PT. Mas, como tudo é em conjunto, ninguém é dono, ninguém se responsabiliza. Assim, o Diógenes leva a culpa de tudo. Será que alguém compraria um prédio, faria tudo o que ele fez, sozinho?! O Dr. Olívio Dutra não sabia, o Dr. Flávio Koutzii não sabia, mas o Dr. Flávio Koutzii é o que, não tendo autoridade para assinar o plus tarifário, assinou o plus tarifário em Porto Alegre! Mas que gente é essa que tem a totalidade da verdade, da honra e da dignidade com eles? Mas não têm nem honra, nem dignidade. Não têm nem uma coisa nem outra. O Dr. Tarso Genro comprou o Jardim Leopoldina pelo dobro do preço! Podem dizer o que quiserem. O Dr. Campani fez um prédio dentro da Limpeza Pública, no ano passado, sem autorização da SMOV, fazendo um encontro de contas que não existe. Mas que gente é essa que é honesta e que quer ser o repositório da dignidade e da honra, se eles não têm nem uma coisa nem outra?! Há a mania de vir a esta tribuna atacar o passado; no passado se realizou, no passado se assumiu responsabilidades; agora, ninguém tem responsabilidade, é o Diógenes! Só que eles têm muitos “Diógenes”!

Que seriedade é essa que, três dias antes de o Dr. Olívio Dutra deixar a Prefeitura, o Dr. Campani manda estudar pela FUNDATEC um motor de explosão, paga 336 milhões de cruzeiros e, como tem de pagar um terço à vista, ele paga com tanta pressa que, em vez de pagar para a FUNDATEC, pagou para a CIENTEC, e a CIENTEC devolveu o dinheiro! Mas que gente é essa que quer falar de alguém, dizendo que são o repositório da honra e da dignidade, se eles não têm isso? Não conhecem isso, porque não têm responsabilidade! Não assumem responsabilidade! Quem são eles?

Ameaçaram-me, sim, quando acusei a Prefeitura de gastar 350 mil dólares em obras, que havia experiência na Prefeitura para fazê-las, me disseram: “Dib, gostamos muito de ti, mas nós vamos levantar a tua administração e tu vais saber o que é denunciar.” E, realmente, saíram à cata; já no primeiro dia trouxeram um documento e me mostraram. Eu olhei, vamos ver os documentos: um contrato com a FUNDATEC de 3 mil dólares, assinado pelo Procurador do Município - e eu era Secretário de Obras – e depois de uma licitação. Eles usaram 350 mil dólares para o qual eu deixei a experiência necessária por escrito, sem licitação, e o oitavo escalão assinou o documento. Esses são os homens que têm honra e tem dignidade para falar de alguém? E vivem aqui nesta tribuna falando! Olhem para trás que a estrela virou cometa. Saúde e paz. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4195/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 275/01, de autoria do Ver. Adeli Sell, que dispõe sobre o uso obrigatório de bolsa coletora de fezes para cavalos que circulam em locais públicos no âmbito do Município.

 

PROC. Nº 4199/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 277/01, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Gabriel Gonçalves de Moura um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Restinga.

 

PROC. Nº 4207/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 281/01, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Elias José Fermino um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.

 

PROC. Nº 4218/01 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 031/01, que autoriza a alienação de imóvel sito na Rua Bernardo Pires nº 351, remanescente de desapropriação para a abertura da Av. Princesa Isabel ao ex-proprietário e dá outras providências.

 

PROC. Nº 4226/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 282/01, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que inclui, no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre, a Semana de Arrecadação de Livros para a Campanha "Nenhum Presídio sem Biblioteca".

 

3ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4011/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 269/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que fixa feriado municipal o dia 20 de novembro.

 

PROC. Nº 4042/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 272/01, de autoria do Ver. Adeli Sell, que dispõe sobre as portas nos caixas eletrônicos no Município de Porto Alegre.

 

4ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3838/01 - PROJETO DE EMENDA A LEI ORGÂNICA Nº 008/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que inclui parágrafo no art. 19 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. (carta-contrato)

 

PROC. Nº 4147/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 104/01, de autoria do Ver. Paulo Brum, que inclui § 4º no art. 151 da Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores - Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre. (veda inscrição simultânea/ Pauta)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, vamos, com aquela calma que nos caracteriza, falar do Projeto do nobre Ver. Adeli Sell, que dispõe sobre o uso obrigatório de bolsa coletora de fezes para cavalos.

Eu sempre achei, Ver. Adeli Sell, que aos cavalos nós ofereceríamos forragem, milho, alfafa, feno, bom capim, mas fezes não. Esse "para" aqui está meio perigoso. Mas como eu sei que V. Ex.ª não vai querer aprovar esse Projeto, há outro mais importante... Porque essa colocação aqui dos cavalos que circulam em locais públicos puxando carroça... O jornal hoje traz uma carroça, na contramão, puxada por um menino de treze anos, talvez quatorze, ou talvez doze anos, com mais lixo do que a carroça tinha de largura. Ele estava cometendo várias infrações Primeiro, o lixo, na forma do Código de Limpeza Urbana, é responsabilidade - a sua coleta e destinação - da Prefeitura. A Prefeitura tem que coletar e destinar. Pode contratar para fazer a coleta, mas a destinação é sua. Segundo, ele estava na contramão. Terceiro, dirigida por um menor; quarto, ele tinha que ter, na rua em que estava, a metade da velocidade máxima para aquela rua, que provavelmente era de 60 km e ele tinha que andar a 30 km – não pode andar. Então, na verdade, tivemos um Prefeito que foi à França assistir à Copa do Mundo; foi à Venezuela, fazer conferência paga – levou diárias, é verdade, e passagens -, e voltou dizendo que Porto Alegre se destacava pelas suas carroças. É triste, porque é a única capital no mundo, é a única grande cidade do mundo que tem esse tipo de transporte incrementado. Porque ele já existia, é claro, não foi criado agora, mas ele foi terminando e, de repente, veio a Administração da Prefeitura – lixo para alimentar porcos e toda sorte de atividades executadas por meio de carroças.

Acho que V. Ex.ª vai tirar o Projeto das carroças, até porque V. Ex.ª é um homem de bom senso. Ao Vereador Juarez Pinheiro desejo toda a sorte no seu Projeto, porque livros e mais livros é que formam uma coletividade boa, e ele está querendo que aqueles que hoje não são tão bons, ou pelo menos não são considerados tão bons pela coletividade, tenham a oportunidade de se ilustrar, de aprender e de ser úteis.O Ver. Haroldo de Souza já disse, e V. Ex.ª não estava na oportunidade, quer feriado municipal no dia 20 de novembro para homenagear Zumbi. Acho que aqueles que trabalharam, homenageamos pelo trabalho, mas sugeri a todos os Vereadores que, numa homenagem a Zumbi, lessem a exposição de motivos de V. Ex.ª, que realmente é um trabalho primoroso, e se todos a lerem, já estarão fazendo a homenagem que deve ser feita a uma figura extraordinária que foi Zumbi dos Palmares.

O Ver. Sebastião Melo quer que, na Lei Orgânica, se impeçam cartas-contrato. Quem é honesto, quem é sério até nem precisa de lei. Ele sabe que é proibido fazer carta-contrato, que é ilegal; ele sabe que, para que haja uma carta-contrato, é preciso, antes, um decreto de emergência ou de calamidade pública. É o que está acontecendo no interior do Estado. Os prefeitos do interior do Estado mandam para a defesa civil para saber se, para determinada situação, compete que se edite um decreto de emergência ou de calamidade pública. Se Porto Alegre está há treze anos contratando por carta-contrato, dizendo que é emergência, não é emergência: é anarquia, é desordem, é o caos, incompetência, falta de seriedade, falta de responsabilidade. E seriedade e responsabilidade não se dão por lei. Quem não nasceu com isso não adquire; não vendem na farmácia, também. Portanto, eu espero que haja menos leis, mas muito mais cumprimento à lei. Saúde e paz. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, são extremamente difíceis algumas tarefas de vereador. Vereador tem de ter uma preocupação. Um poeta dizia que “é universal aquele que cuida da sua aldeia”. Eu sou Vereador; não sou Senador da República, nunca me candidatei para tal. Talvez um dia eu me candidate a Deputado Federal ou estadual e vou tratar de temas estaduais e federais, preferencialmente.

O Tempo das Diligências foi um filme que me encantou muito, mas faz muito tempo que se usavam diligências, que era importante para a construção do Rio Grande do Sul subir a serra no lombo do cavalo e que carroças eram construídas por heróicos guerreiros deste Estado. Nós moramos em Porto Alegre, que está colocada entre as quinze cidades mais importantes do mundo, onde se abre um debate sobre a gestão pública. Eu quero ser um Vereador que, ao mesmo tempo, seja legislador, propositor e fiscalizador. Qualquer tema, por mais prosaico que seja, é do interesse da população, pois é do meu interesse, também. Eu sei discutir vários temas universais. Eu poderia, aqui, fazer alguns debates teóricos sobre o socialismo; poderia discutir teoria literária, mas, para isto, eu deixei a academia, e há outros que estão ainda na academia e estão aqui. Eu prefiro fazer somente uma coisa aqui e bem-feita. Quando eu proponho um projeto de lei, não é apenas invencionice; eu estou propondo um conjunto de projetos de lei e fico acabrunhado por ter de pressionar e conversar com muitos Vereadores, durante este segundo semestre, para votar alguns projetos de lei que já estavam na Ordem do Dia do ano passado, mas, como mudou a composição da Câmara, teve de voltar tudo de novo, com novos Vereadores, e eu não quero atropelar ninguém, porque não é do meu costume, e agora há vários projetos na Ordem do Dia para votar, e quando é que vamos votar?

Hoje nós temos dois projetos nossos na Pauta, sendo que um deles é sobre a questão da segurança nos bancos. Por exemplo, a minha Lei nº 8115 não é cumprida. Eu vou consultar a assessoria jurídica da minha Bancada e outros amigos e vou entrar no Ministério Público, se isso for possível, para fazer cumprir uma Lei que foi aprovada aqui. Quando eu propus a questão do recolhimento das fezes dos cães e dos gatos que circulam, Projeto que espero votar hoje, eu abri uma discussão com a sociedade e vi que esse era um problema que não era apenas uma preocupação minha, do Vereador, e eu recebi, Ver. João Antonio Dib, mais de trinta e-mails de vários lugares, inclusive de fora de Porto Alegre, por intermédio dos quais as pessoas queixavam-se da questão das carroças e dos cavalos, pois na Europa - e aquilo que é bom nós devemos copiar -, em Londres, que ainda não conheço, mas tenho informações, porque leio e vejo televisão, há bolsas coletoras de fezes de cavalos. Por que Porto Alegre não pode ser vanguarda no Brasil? Ser diferente das outras cidades, não se submetendo a essa questão? Isso não quer dizer que eu queira a proliferação de mais carroças; ao contrário, o Ver. Beto Moesch e eu estamos, incansavelmente, em uma batalha e discutindo com várias autoridades sobre a questão dos maus-tratos aos animais, em particular aos cavalos.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um parte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, com o respeito que V. Ex.ª me merece, gostaria de dizer que o Código de Limpeza Urbana trata dos dejetos de cães, cavalos, etc. O que ocorre é que não fazemos cumprir a Lei, e vamos fazer mais uma lei.

 

O SR. ADELI SELL: Tanto o Código de Saúde como o de Limpeza Urbana tratam o tema de modo geral. Eu estou apontando com base no Código de Limpeza Urbana e no Código de Saúde, especificamente, como fazer e de que maneira fazer. A questão que, às vezes, levam é que no Brasil existem muitas leis. De fato, existem muitas leis, mas, como eu disse anteriormente, eu sou Vereador para fiscalizar, para propor e para legislar. Eu cumpro o papel que os votos me deram para ser Vereador desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta. Desiste. O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, público do canal 16, assistência que veio a esta Sessão, funcionários desta Casa, quero falar sobre o Projeto de Lei do Ver. Sebastião Melo que pretende alterar a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre para incluir parágrafo sobre carta-contrato.

O que diz o Ver. Sebastião Melo? Ele quer que fiquem terminantemente proibidas as contratações sob forma de cartas-contrato ou similares e o Poder Público Municipal, nas Administrações Direta ou Indireta, poderá somente realizar contratação emergencial de pessoal, a qualquer título, mediante a expedição do correspondente decreto de estado de emergência no Município de Porto Alegre.

Primeiro, a faculdade de contratar por carta-contrato é legal e não é de graça que existe. Ela existe, Ver. Humberto Goulart, para que possa o administrador usar quando for necessário, por tempo específico, numa determinada situação dada.

Eu quero recordar o caso do nosso Hospital Presidente Vargas, que ainda está pendente de legislação que defina a sua organização jurídica e administrativa. Como faz o Executivo, se não pode lançar mão dos concursos, uma vez que há uma discussão ainda a ser vencida, tanto internamente no Executivo quanto no Legislativo, sobre a formatação administrativa daquele hospital que foi trazido para o âmbito do Executivo? Como faria? Se for, Ver. Humberto Goulart, aceita esta proposição do Ver. Sebastião Melo, não haverá mais escape. Só que o Ver. Sebastião Melo é um Vereador atento e arguto: diz que “é possível fazê-la, mas há que fazê-la mediante expedição de decreto de emergência”. Aí eu quero chamar à discussão um debate antigo que vem sendo feito pelo Ver. João Antonio Dib. E eu não menosprezo o conteúdo da sua discussão: ele tem colocado que é necessário para as cartas-contrato e as contratações emergenciais ou temporárias que haja decretação de estado de emergência, e cita até a calamidade pública - aliás, é autor de um pedido de um pronunciamento ao qual eu votei favoravelmente, porque acho que não vai servir para o intento do Ver. João Antonio Dib, e mesmo que servisse, no mérito, se eu tivesse convicção daquilo que estava votando - que é um parecer da lavra do Ver. Reginaldo Pujol - votaria.

O Vereador quer a expedição das cartas-contrato a partir da calamidade pública ou emergência e pediu um parecer sobre isso. Eu acho que isso é um erro, mas quero dizer que têm mérito as colocações feitas por V. Ex.ª. No entanto, todos sabem que a emergência e a calamidade pública são situações excepcionais, dão poderes excepcionais ao Executivo, e portanto, ao dar poderes excepcionais, ele permite, inclusive, que se façam outras questões além daquelas que sejam cartas-contrato, que é uma medida, digamos assim, corriqueira.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Estilac Xavier, veja V. Ex.ª que o seu Governo, no Estado, o seu Partido, quando quer cargos em emergência, faz através de Lei. Aqui na Prefeitura, faz doze, treze anos que contratam até juiz de futebol por carta-contrato.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: É, Ver. João Antonio Dib, o meu Governo no Município e o meu Governo no Estado procedem de acordo com a Lei, no entendimento que cada esfera tem e nas atribuições a que acham que estão vinculados.

O que estou discutindo aqui não é a oportunidade do seu protesto permanente sobre as cartas-contrato a partir de decretação de estado de emergência e de calamidade pública, o que eu acho um exagero. V. Ex.ª sabe que, ao decretarmos a calamidade ou a emergência, teremos de notificar órgãos superiores, com isso se permite abrir mão das licitações e concorrências.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Estilac Xavier, a Lei nº 7.770, de autoria do Prefeito Tarso Fernando Genro, e como ela veio, foi aprovada e lá fala em calamidade e emergência, isso se faz por decreto.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Eu vou concluir, Sr. Presidente. Mas quero dizer que nós não estamos aqui discutindo se devemos ou não expedir o decreto que propõe o Ver. João Antonio Dib, sobre cujo mérito podemos até fazer aproximações. O que eu estou aqui contrapondo é a alteração da Lei Orgânica, que amarrará, certamente, o Município, inclusive vai contra essa própria Lei que V. Ex.ª acaba de citar. Se há uma lei que define que é decreto, e essa é a divergência que existe entre V. Ex.ª e o Executivo, agora o Ver. Sebastião Melo quer transformar isso em dispositivo constitucional na Lei Orgânica do Município. Portanto, há que se chegar a algum entendimento. Inclusive, peço o seu apoio para nós podermos discutir melhor a proposta do ilustre Ver. Sebastião Melo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Helena Bonumá está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, chamo a atenção na Pauta para o Projeto do Ver. Juarez Pinheiro que inclui no calendário de eventos de Porto Alegre a Semana de Arrecadação de Livros para a Campanha “Nenhum Presídio sem Biblioteca”. O Ver. Juarez Pinheiro tem-se distinguido desde o mandato passado em um trabalho junto aos presídios do nosso Estado, fazendo uma ação inédita na arrecadação de livros para a organização de bibliotecas nos presídios. Esse trabalho tem-se desenvolvido juntamente com outros debates e outras questões que dizem respeito à reeducação e à ressocialização dos presos nos presídios gaúchos. É importante esse destaque e creio que esta Casa tem de abrigar, tem de acatar, acolher essa iniciativa do Ver. Juarez Pinheiro, porque, na realidade, nós sabemos que o sistema prisional, como ele é concebido, Vereador, e como ele tem sido praticado no Brasil inteiro, de forma nenhuma recupera os presos. Isso não só é um assunto de denúncias internacionais contra o nosso País, mas também é uma comprovação concreta e prática que nós fazemos quando analisamos os problemas na área da segurança pública, verificando que um percentual grande dos presos são presos de pequenos delitos e que são, nas instituições, nos presídios, misturados com aqueles presos muitas vezes com penas, com faltas mais graves, o que não contribui para a ressocialização. Ao mesmo tempo, o sistema prisional brasileiro não tem a prática de locais pequenos; ao contrário, são famosos os presídios brasileiros onde se amontoam seres humanos, onde não há a mínima condição de saúde, de higiene, de habitação e muito menos um trabalho na área profissional, na área de educação, de qualificação dessas pessoas, para que, uma vez cumprida a pena, eles possam voltar à sociedade e se ressocializar, ser incorporados num processo que permita que eles superem esse problema na vida. Portanto, o sistema prisional acaba sendo uma fábrica de criminosos, e aqueles presos de pequenos delitos acabam tendo, no presídio, uma escola de contravenção, uma escola de criminalidade.

A importância da ação do Ver. Juarez Pinheiro na implementação dessa coleta de livros, fazendo, estimulando as bibliotecas nos presídios, vem dentro da política de requalificação, ressocialização desses presos, buscando, juntamente com as ações que nós desenvolvemos, Vereador, na área da Segurança Pública - e são muitas as ações nesse sentido -, fazer a separação entre os presos que têm delitos diferentes. Há preocupação em incorporar o serviço prestado à comunidade, aquelas penas alternativas, como se diz. Muitos dos presos podem cumprir penas alternativas, e nós sabemos que há a preocupação, por parte da SUSEPE, em implementá-las. Também há aquelas pequenas casas que permitem, muitas vezes, o trabalho na própria situação de presídio.

Nós entendemos que o Vereador, com isso, traz a esta Casa a possibilidade de que a Cidade de Porto Alegre, marcando isso no seu calendário, faça uma reflexão de que não adianta nada nós procedermos como se procedeu, recentemente, na CPI da Segurança Pública, uma CPI em nome do assunto segurança pública, que é um assunto que nos mobiliza e preocupa a todos, que é um assunto de responsabilidade de toda a sociedade. Em nome dessa preocupação, em vez de a CPI fazer um trabalho sério como fizemos nesta Câmara de Vereadores, chamando todos os segmentos para discutir propostas concretas na área da segurança pública e a parceria com a comunidade, faz uma CPI que se desvia dos seus objetivos regimentais, das suas justificativas regimentais e passa para outro assunto, que é o ataque ao Partido dos Trabalhadores e ao Governo Popular do Rio Grande do Sul. Portanto, a proposição do Ver. Juarez Pinheiro é para que tratemos a segurança pública com a seriedade que ela merece das instituições públicas e da sociedade, e que não se repita, por parte desta Casa, o que lamentavelmente, pela primeira vez, a mim me parece, aconteceu na história do parlamento gaúcho, quando se fez algo com o caráter daquela CPI, que, para mim, significa uma mácula na história do parlamento do Rio Grande do Sul: o parlamento é usado para a malversação da sua capacidade de investigar, de cumprir com as suas obrigações constitucionais como parlamento. Rasgaram o Regimento, rasgaram a Constituição do Rio Grande do Sul, em nome de uma disputa política que as urnas de 1998 mostraram, elegendo um programa democrático popular, que tem transformado, profundamente, a segurança pública deste Estado, atacando a banda pobre das polícias, trazendo modificações profundas no sistema da segurança pública.

Portanto, Ver. Juarez Pinheiro, parabéns pela sua iniciativa, que vem trazer, de uma forma construtiva, a pauta da segurança pública para os nossos debates. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta, antes, porém, o Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, eu tenho a registrar que, no último sábado, depois de uma longa enfermidade, faleceu o Sr. Setembrino Bond, que, se a Casa não conhece, informo que foi um destacado líder da comunidade da Restinga, fundador e primeiro Presidente da Escola de Samba Estado-Maior da Restinga. O Sr. Setembrino, como eu disse anteriormente, durante um largo período, conviveu com uma enfermidade grave e, depois de muita luta, sucumbiu. Eu requeiro, nos termos regimentais que, ouvido o Plenário, V. Ex.ª defira uma homenagem póstuma ao Sr. Setembrino, com o tradicional minuto de silêncio, que se faz como homenagem nessa circunstância, e que esta homenagem póstuma seja participada à viuva de Setembrino Bond, Sr.ª Teresinha Aparecida Bond, cujo endereço irei fornecer à Secretária tão logo V. Ex.ª determine.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Ver. Reginaldo Pujol, duas coisas. Primeiro, esta Casa se solidariza com a solicitação de V. Ex.ª. Vai realizar o minuto de silêncio. A informação à viuva deverá ser feita pelo Gabinete de V. Ex.ª, endereçada à Presidência. Então, façamos um minuto de silêncio, como homenagem póstuma, em memória do Sr. Setembrino Bond.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, a oposição faz um esforço muito grande para fiscalizar o Executivo. Eu diria que, às vezes, ela exagera e acaba atrapalhando, burocratizando e dificultando a ação do Executivo. Eu dou alguns exemplos, que discuto, neste momento, a partir do Projeto de Lei do Ver. Sebastião Melo sobre a questão das cartas-contrato. Se eu entender que somente podemos usar cartas-contrato em situação de estado de emergência, que, na minha opinião, é uma situação calamitosa, uma situação não esperada, como diz o texto da proposta do Ver. Sebastião Melo, em que a Cidade terá que ter decretado o estado de emergência para serem usadas as cartas-contrato, como fica a necessária flexibilidade do Administrador para resolver problemas temporários? Dou exemplo, Ver. João Antonio Dib, se V. Ex.ª tiver um pouquinho de paciência para me ouvir: nós temos, em Porto Alegre, a necessidade de fazer uma triagem entre as crianças de pré-escola, de primeiro ano, primeiro ciclo, segundo ano. Faz-se de ano a ano, eventualmente, mas é por um período de dois, três meses. São muitas crianças, são muitas escolas, e não é econômico nomear pessoas contratadas. Não poderá o Município fazer cartas-contrato por três meses para fazer esse mutirão, em benefício das crianças? Isso significa estado de emergência?

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu quero dizer a V. Ex.ª que o caso que a Vereadora relata está na Lei nº 7.770: pode haver contrato sem emergência, sem calamidade pública, sazonalidade ou coisa que o valha. O que não se pode admitir é que V. Ex.ª pediu e recebeu autorização legislativa para convocar concursados como professores...

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Contratados.

 

 O Sr. João Antonio Dib: ...e continuar fazendo cartas-contrato, o mesmo com médicos, auxiliares de enfermagem e enfermeiros, apesar de encherem páginas de jornal dizendo que agora havia oitocentos e doze cargos. Então, havia os cargos, e as cartas-contrato continuaram. Muito obrigado.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Os professores, por exemplo, quando foram contratados, uma única vez nas duas gestões de que participei, de forma emergencial, temporariamente, o foram por um lapso de tempo, por termos um concurso sendo homologado ou, não me lembro, se por cargos não aprovados. Nós não podíamos esperar o tempo do concurso e contratamos professores por três meses. Assim, não deixamos as crianças sem aula e, no entanto, não estávamos em estado de emergência.

Eu afirmo que a oposição “força a barra” e burocratiza, irresponsavelmente, a ação do Executivo.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Primeiramente, agradeço a V. Ex.ª pelo aparte. Como se explicam as contratações emergenciais ao longo dos anos, sucessivamente, na área da saúde, onde há pessoas aprovadas em concursos públicos que não foram chamadas até hoje? Gostaria que V. Ex.ª explicasse ao Plenário. Muito obrigado.

 

 A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu o desafio, Vereador. Como explica o Governo Federal, ou como explica o conjunto de pessoas que defende o Estado mínimo, a Lei Camata, que não é mais Lei Camata, a Lei da Responsabilidade Fiscal - o máximo de gasto com o pessoal –, como explica e se exige, ao mesmo tempo, a ampliação dos serviços básicos? A saúde foi municipalizada à força, assumimos muitos postos estaduais com pessoas se aposentando e com grande falta de pessoal. Todo ano a Prefeitura admite funcionários na área da saúde. Aliás, nas áreas de saúde e educação é onde mais nós crescemos, onde mais nomeamos, e, mesmo assim, fazem-se necessárias as cartas-contrato. Então, o Governo vem, sim, colocando pessoas no quadro de pessoal, vem, sim, aumentando esse quadro, quando todos os outros demitem. O que eu acho engraçado é que se faz aqui uma grande discussão: por que é que nós vamos à Justiça? É porque aqui a oposição, no afã de encontrar fatos, já que não é competente em achar argumentos para fazer a fiscalização, quer mudar a regra do jogo. Como dizia o Lênio Streck, esses dias, na rádio: “É como um jogo de futebol em que o juiz vai mudando a regra durante o jogo, a seu bel-prazer, a seu bel-entendimento.” Assim é que fazemos, assim fizemos aqui na CPI. E a lei diz que não. A regra é essa e tem de ser cumprida. Lá, em nível de Estado, se fez a regra que se quis: decide-se na hora, por maioria, se o cara fala, se o cara é chamado ou não é, julga-se a sua fala. Esse jogo é um jogo difícil de se jogar. Por isso que nós buscamos a regra fixa na Justiça. Nós queremos é conseqüência e responsabilidade! De novo, propõe-se a mudança da regra do jogo, porque não se tem consistência para fazer oposição. Noventa dias de CPI e o que se apurou? Vamos mudar a regra do jogo, porque precisamos de mais tempo, porque não encontramos nada. Assim não dá para jogar, gente! Ninguém jogaria com um juiz mudando a regra do jogo durante o jogo. Sinto muito! Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Encerrado o período de discussão de Pauta. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, eu quero utilizar esta Comunicação de Líder do PSDB para trazer, de público, especialmente à Liderança do PT, mas muito especialmente ao Ver. Pedro Américo Leal, como Presidente da Comissão de Saúde da Casa - e eu diria que ao Ver. João Bosco Vaz, a quem também cumprimento como Presidente da Comissão de Direitos Humanos - o relato que o SINTERGS - Sindicato dos Técnicos-Científicos do Estado do Rio Grande do Sul - nos trouxe, depois de tentar, em vão, fazer o encaminhamento de uma situação que tem surgido nos últimos meses.

Como nós sabemos, a municipalização da saúde fez com que funcionários federais e estaduais fossem também municipalizados. Algum tempo atrás, quatro funcionários estaduais que estão municipalizados no Posto de Saúde Vila Jardim, na Zona Norte, um dentista, duas médicas e uma nutricionista procuraram o seu Sindicato, que é o SINTERGS, para queixarem-se das condições de trabalho que estão enfrentando naquela área da Vila Bom Jesus. A Chefe do Posto, Dona Sônia Mansur, pode ser extremamente competente do ponto de vista técnico, e nem o Sindicato nem eu vamos discutir a questão da competência técnica, mas, certamente, do ponto de vista de liderança e de chefia, ao que parece, ela é um desastre. Os funcionários, e não só esses quatro funcionários do Estado, como os funcionários federais municipalizados e funcionários da própria Prefeitura Municipal, boa parte deles está saindo do Posto, porque não agüentam mais a situação criada por essa pessoa. E repito: não vamos discutir a questão técnica, mas o modo de tratar e o modo de chefiar.

O Sindicato fez um levantamento da situação para confirmar as denúncias, buscou a gerência do Posto 2, através da Sr.ª Geovana, que, na verdade, só enalteceu a Chefe do Posto e nada mais fez, e o Sindicato acabou chegando ao Secretário Kliemann, que também falou, mas nada mais fez. Por fim, a queixa chegou à Secretária do Estado, Dr.ª Maria Luíza Jaeger, que por seu lado tentou, até porque são funcionários do Estado, fazer o encaminhamento da questão. O resultado que nós temos é que os quatro funcionários estão sendo afastados dos seus postos. Esse foi o resultado que tivemos, ou seja, eles estão sendo punidos porque ousaram dar queixa, e a punição tem sido a mais mesquinha possível. Como eles estão na Junta de Remanejamento, e como nós sabemos, Ver. João Bosco Vaz, que na Junta se indicam os locais de preferência, eles estão sendo remanejados exatamente para os locais opostos aos que eles pediram. Quem pediu para o Menino Deus vai parar na Lomba do Pinheiro, quem pediu a Lomba do Pinheiro vai parar no Lami, e assim por diante.

Sem ter mais para quem apelar, e até porque agora o Dr. Kliemann nunca consegue ter tempo de voltar a falar com o Sindicato, e se eles ligam as linhas caem, fomos procurados na Casa e estamos fazendo o registro de maneira pública, e, ao mesmo tempo encaminhando a questão, porque achamos que é mais da competência da Comissão de Saúde, ao Ver. Pedro Américo Leal.

O problema, Vereador, é que quatro pessoas já se afastaram do posto: a Dr.ª Marília, pediatra; a Dr.ª Débora, ginecologista; o Dr. Fernando, ginecologista – o posto está sem ginecologista; e a Jaqueline, auxiliar de serviços gerais.

Chega-se ao cúmulo de não permitir que guardas de segurança sentem no horário de serviço, como se isso mudasse grandemente o trabalho que irão desempenhar em determinados momentos. E, agora, a partir do momento em que a comunidade também fez um abaixo-assinado, há a acusação de que o SINTERGS manipulou a comunidade. Imagine se a direção do Sindicato, que já tem tanto problema para enfrentar com o Governo do Estado, teria tempo de chegar na comunidade e manipular os moradores. Talvez seja alguma coisa que alguns companheiros do PT gostam de fazer.

O problema é que, de fato, a situação é calamitosa, porque faltam funcionários no posto. Há uma má vontade, um estresse normal no trabalho de atendimento e, em última análise, quem está “pagando o pato” são, efetivamente, os moradores da Vila Bom Jesus, da Vila Jardim e dos arredores que são atendidos pelo posto “Unidade Sanitária Vila Jardim”.

Eu quero, então, Ver. Pedro Américo Leal, depois desse registro, lhe encaminhar a questão, fazer o registro devido e esperar que, talvez, o Dr. Kliemann, Secretário Municipal da Saúde, tenha o bom senso de, embora reconhecendo a qualidade técnica da funcionária, reconhecer também que nem todo mundo competente tecnicamente é competente para chefiar. Pode ser muito bom para assessorar, pode ser muito bom para coordenar, mas pode não ser muito bom para lidar com gente, que é sempre uma coisa mais delicada. É esse o nosso registro. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, há alguns dias eu venho tentando me manifestar sobre um assunto. Evidentemente, trata-se de uma questão de nível regional, do Estado, mas é extremamente grave. Talvez a questão mais grave que se enfrenta no Estado, que é a questão ligada às invasões de propriedades rurais, no interior do Estado.

Encontra-se aqui o Prefeito Municipal de Encruzilhada do Sul, o Conceição, que, evidentemente, conhece esses assuntos que estão ocorrendo no interior.

A autoridade desapareceu no Rio Grande, nós não temos autoridade. Há uma semana, a interveniência da Polícia Rodoviária Federal evitou um confronto. O que acontece, hoje? Acontece que a autoridade, no caso, a segurança, a Brigada Militar é chamada e não atua. Então, o Estado, a Administração falhou no Rio Grande do Sul. Eu diria que não existe o estado-administração. Estamos hoje com o estado-juiz, inexistente o estado-administração; o estado é juiz em determinadas decisões - não vamos entrar no mérito da reforma agrária, não é essa a discussão; a discussão é da autoridade e do estado de direito, gostemos ou não. Esse é o estado de direito, e como tal autoridade não pode se omitir. O estado-juiz no Rio Grande do Sul apresentou determinadas perplexidades, criou um ambiente no Estado. Qual é o ambiente do Estado do Rio Grande do Sul, hoje? É um ambiente extremamente perigoso. É o fato mais grave a enfrentar o Governo do Estado e de resto a sociedade. A questão das invasões.

O que está acontecendo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores? O que pretendem fazer os produtores rurais? Defender a sua posse. Resistir, agir incontinenti em nome da lei. Sabem todos que o Código Civil – todos sabemos – permite que aquela pessoa que estiver sendo desapossada de um bem, pode reagir. Mas, afinal, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, alguém de nós gostaria de ver isso? Absolutamente não.

Então, fica aqui a advertência, sim, ao Governo do Estado. Uma intimação pela importância de Porto Alegre no contexto do Estado. Uma intimação de um Vereador integrante da Casa para esta questão que corre no interior do Estado: possíveis invasões poderão ter o contraponto dos produtores rurais. E aí, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, podemos entrar em questões muito graves, gravíssimas. É a situação mais grave, Ver. Ervino Besson, a coisa mais grave que está aí no limite.

Vejam V. Ex.ªs: busca-se o estado-administração, este não responde. Vai-se ao estado-juiz, tivemos discussões que não vamos discutir, mas decisões que não asseguraram o direito da propriedade e da posse. E aí? O que resta hoje do Estado do Rio Grande do Sul? Resta, oxalá não aconteça, que produtores rurais não permitam que se invada as suas propriedades. E, aí, teremos o confronto. Então, fica aqui a advertência, o chamamento ao Governo do Estado para que ele faça existir a autoridade e não permita que entremos em acontecimentos que poderão, vejam bem - oxalá não aconteça - colorir as coxilhas do Rio Grande, dada a gravidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, em defesa da cidadania, aquela que lhe convém, o Partido dos Trabalhadores joga pesado. Em defesa dos seus interesses partidários, o PT joga pesado. Agora, em defesa do povo, em defesa da cidadania verdadeira, justa, reclamada, pedida pela sociedade, o PT é o Partido que se julga acima do bem e do mal. E faz armações e recorre à Justiça.

A CPI que pedimos nesta Casa para apurar possíveis irregularidades na política habitacional do Município, o Partido dos Trabalhadores, que deseja ardentemente uma CPI da corrupção em Brasília, nega esse direito à grande parcela de porto-alegrenses que estão sofrendo com as desigualdades impostas pelo DEMHAB. A catimba foi lugar comum desde a instalação dessa CPI aqui na Câmara. E agora, vai à Justiça a fim de tentar terminar com essa Comissão Parlamentar de Inquérito. A sociedade porto-alegrense precisa saber dos fatos verdadeiros e não das jogadas matreiras do PT.

Hoje pela manhã, às 9h31min, os Vereadores: Estilac Xavier, Marcelo Danéris e Raul Carrion tiraram uma fotografia do relógio aqui neste Plenário, a fim de divulgar à sociedade que só eles estavam na hora marcada para a reunião extraordinária da CPI. Só pode ter sido isso. Negando a presença deste Vereador, que estava aqui em Plenário e do Ver. Nereu D'Avila que já se encontrava aqui conversando com o pessoal da copa. O que o PT quis dizer com essa atitude? O que é que o PT pensa a respeito de transparência, se, ao pedirmos uma CPI nesta Casa, ele faz tudo para que o trabalho não tenha condições de ser realizado e apela à Justiça? E agora fala em reunião fantasma, como se só os dois Vereadores do PT existissem.

Onde V. Ex.ªs estavam depois de tirarem a fotografia? Quando o Ver. Sebastião Melo pediu a suspensão dos trabalhos da CPI, o fez com a aquiescência de todos nós, para que a Prefeitura tivesse tempo de enviar os documentos pedidos pelos vários Vereadores desta Casa a respeito das denúncias. O Executivo catimbou os documentos solicitados, que não chegaram até agora. Como fazer uma CPI, se os documentos solicitados à Prefeitura não chegaram aqui? Como continuar uma CPI se a parte acusada se nega a fornecer respostas às indagações da mesma CPI? Que posicionamento é esse do PT, que CPI contra ele é golpe político, e a favor deles é um trabalho para a sociedade?

O que o PT pensa que é para dar as cartas e jogar de mão? Ninguém consegue enganar por tanto tempo. O reinado de enrolação do PT está chegando ao fim, porque suas atitudes com respeito às comissões parlamentares de inquérito mostram o jeito petista de governar; o jeito petista de administrar e conduzir seus posicionamentos diante da transparência que ele, PT, defende ao longo de vinte anos. Mas a incoerência está visível nas últimas atitudes desse Partido que ora está no Governo.

Investigação contra o PT é trama contra o Partido. O Partido do Governo distribuiu, aliás, inundou a Cidade, ontem, com um jornal que traz a manchete: “A trama contra o PT.” Não sei quantos jornais foram impressos e não quero saber com que dinheiro esse jornal foi feito. Só espero que ele não tenha sido feito com verba pública, com a chamada verba publicitária, que se pede nos orçamentos municipais.

Antes de ser Vereador, antes de chegar a esta Casa, antes de entrar na política, eu desconfiava que o PT não era aquilo que ele dizia ser. Agora eu tenho certeza de que o PT mostra uma cara e tem outra. E nem vou considerar o que houve na CPI da Segurança, porque não gostei, e sou franco em dizer que a CPI da Segurança nada apurou daquilo que se propôs e se desviou para um outro terreno, buscando de qualquer jeito uma culpa para o Governador do Estado, o Sr. Olívio Dutra. Isso é outra história, mas não comungo com o jeito de fazer política, como a oposição da Assembléia Legislativa se comportou no episódio desta CPI. Não sou homem de concordar só porque é uma atitude de oposição, lado onde estou no presente momento. Acho que foi sacanagem, mas repito, isso é outra história.

Agora por linhas tortas, e fora do jeito que eu penso que é fazer parte da vida pública, a Assembléia escancarou, na realidade, o que é o Partido dos Trabalhadores. E não vejo, com sinceridade, o PT em condições de brecar a CPI aqui, não. Não vejo o PT qualificado para, em defesa da moral, apelar à Justiça com três liminares para embargar os trabalhos da CPI da Habitação nesta Casa.

A atitude petista com respeito à CPI da Habitação, para mim, só prova uma coisa: tem mutreta, sim, no DEMHAB, tem aquilo que já foi apurado e outras coisas que deverão ser apuradas. A Justiça está aí para servir à coletividade e o mínimo que espero da Justiça é que ela não acelere manobras políticas deste ou daquele Partido, desta ou daquela facção política, porque, se isso acontecer, quem perde é o povo; o Parlamento perde a sua razão de ser, e a Justiça se presta a enrolar ainda mais o que já está enrolado naturalmente na vida política. Por que o PT não quer que se continue com a CPI da Habitação? Quem não deve, não teme. Então, deixa rolar! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, é justo que a defesa fale por último, e, portanto, como o Líder do Governo levantou a mão conjuntamente, vamos dar preferência para que ele se manifeste depois.

É evidente, querido Relator da CPI do DEMHAB, Ver. Reginaldo Pujol, que o tema não poderia ser outro nesta tribuna, nesta tarde, a não ser a CPI do DEMHAB, com a qual o Governo quer acabar, através de chicanas jurídicas. Instalamos uma CPI no dia primeiro de junho do corrente ano. Eles recorreram, foram para a Comissão de Justiça, e a CPI foi instalada no dia 21 de agosto. Nos dias 25, 26 e 27, vários pedidos de informação foram dirigidos ao Executivo Municipal, pedindo vários documentos envolvendo a CPI, para que ela pudesse ter o curso e o desfecho de um relatório correto, justo e transparente. O Governo desrespeitou a Constituição Municipal e não mandou a maioria dos documentos que esta Casa pediu. O que a CPI fez, acertadamente? Suspendeu a CPI no seu plenário legítimo, foi ao Presidente, foi à Comissão de Justiça, veio ao Plenário da Câmara, que é legítimo, e decidiu, pela maioria dos seus membros, que essa era uma decisão acertada. Isso foi no dia 9 de outubro, querido Relator Reginaldo Pujol! Estou falando do dia 9 de outubro! Pois o Governo não entrou na Justiça nem no dia 10, nem no dia 12, nem no dia 15, nem no dia 30, mas, no dia 12 de novembro, quando faltavam sete dias para terminar a CPI, o Departamento Municipal de Habitação foi para a Justiça, em primeiro lugar, no dia 12, e perdeu a Liminar e, se não bastasse, o seu Diretor Carlos Pestana foi para a Justiça no dia 13 e perdeu a Liminar. E aí, no dia 14, com o mesmo objeto, a Bancada governista vai, usando de uma chicana jurídica, porque é o mesmo objeto que está sendo discutido, mas como os dois advogados gaúchos, dos cinqüenta e cinco mil advogados, não ganharam a liminar, então eles contrataram uma banca potentosa de São Paulo liderada pelo Dr. Eros Roberto Grau, grande jurista e professor da Universidade Federal de São Paulo, e conseguiu uma liminar, mas é uma daquelas vitórias como a Vitória de Pirro, aquela vitória que se ganha e não se leva, porque, com liminar ou sem liminar, com reconsideração ou sem reconsideração, a CPI não vai parar, porque se a CPI não estava quente, Ver. Reginaldo Pujol, ela esquentou, porque se eles não querem investigar é sinal de que há problemas.

Eu quero resgatar a cidadania e transparência. Um governo que fala em transparência e cidadania todos os dias não pode ser contra um instrumento fiscalizatório. Portanto, nós estamos aguardando até o final da tarde por um pedido de reconsideração que este Vereador protocolou na sexta-feira à tarde, quando se deu conta, ao ir ao Fórum, e descobrir que havia mais do que um processo, havia dois processos a mais e, portanto, havia conexão entre essas matérias com varas diferentes da Fazenda Pública. Eu disse ao Dr. Pozza que ele, evidentemente, tinha julgado por último e, portanto, não firmava competência; e ele, de pronto, usando o rito processualístico, declinou da competência, levou e mandou redistribuir ao processo da vara originária onde o Departamento Municipal , espero, fez a contratação com dinheiro particular, e não com dinheiro público, porque eu não posso admitir que o investigado tenha usado os advogados do DEMHAB para poder estancar uma CPI nesta Casa.

Mas também espero que a Bancada governista, hoje, possa votar o pedido de prorrogação protocolado nesta Casa, porque se não há decisão de mérito, não se pode fazer o relatório. Srs. Vereadores, há muita truta nesse DEMHAB, porque, se não houvesse truta nesse DEMHAB, evidentemente eles gostariam que a coisa continuasse. Portanto, a luta vai continuar, a fiscalização vai continuar, nós vamos para a rua mostrar ao povo que eles não querem a CPI do DEMHAB, porque não querem que o conjunto habitacional Leopoldina, que a Restinga, que o Chapéu do Sol e tantos outros lugares, que a habitação seja digna nesta Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, público do canal 16, funcionários, assistência a esta Sessão. Falo com muita tranqüilidade sobre a CPI do DEMHAB. CPI nascida de uma vontade política de desgaste do Governo. CPI que foi conduzida de forma atabalhoada e que suspendeu os seus trabalhos por uma maioria política, o que contrariou o parecer da Procuradoria desta Casa e que, depois, teve reversão na Comissão de Constituição e Justiça.

Do meu ponto de vista, uma posição tecnicamente equivocada, e que teve, depois, guarida a decisão da Comissão de Justiça por este Plenário, derrubando posição do Presidente, que mandava contar os prazos.

Mas do que nós estamos tratando? Há os que vêm, aqui, e dizem: “O PT não quer investigar.” Mas como, se o trabalho era para ser feito e os Vereadores da maioria deram causa à suspensão dos trabalhos? E, aí, criou-se uma justificativa: não têm documentos. Pois eu quero dizer, aqui, que aquele Relatório que foi entregue, nobre Ver. Reginaldo Pujol, de que faltam documentos para serem entregues, não confere. Todos os documentos que foram pedidos, aqui estão. Todos. Acontece que não tem ninguém que analise técnica e politicamente os documentos e os pedidos que foram feitos. Portanto, esqueceram que, em vários daqueles processos, estão as respostas que foram pedidas. E, aí, eles dizem que não vieram as respostas.

Eu quero dizer que maioria ou minoria, e a CPI é um instrumento da minoria, e, aqui, no caso, ela é o contrário, está sendo o instrumento da maioria, seja maioria, seja minoria, ela tem de estar dentro da Lei, Ver. Sebastião Melo. E não adianta verberar, adjetivar ou fazer estilos de linguagem, porque isso não resolve. O que é, tem de ser. E o Regimento desta Casa foi quebrado.

O Juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública atendeu uma liminar e um pedido feito por quatro Vereadores, membros da CPI, portanto, com legitimidade e ação. Entendeu que tinha direito líquido e certo e deu a segurança.

Mas eu quero dizer mais: o que está em jogo aqui não é a liminar, e agora esta outra medida que a maioria pretende fazer aqui - que eu quero alertar os Srs. Vereadores -, que é a de prorrogar o que não existe. Esta CPI, para efeitos, não existe. Parou no seu qüinquagésimo segundo dia, querem prorrogar o que não existe! Mas não tem problema, podem fiscalizar. Toda vez que virmos direito nosso ferido, nós viremos a este Plenário, à Comissão de Constituição e Justiça e à instância que resolva os dilemas, os Poderes, que é o Judiciário.

Agora, o problema, Ver. Sebastião Melo, está no mérito da segurança pedida: é lá daqui a quarenta e cinco, sessenta dias que será julgado o mérito. Aí, todo esse nosso discurso aqui, eu poderei render homenagens à capacidade técnica e jurídica daqueles que contrapuseram a nossa opinião, no caso, V. Ex.ª e outros, ou V. Ex.ªs terão de render homenagem ao Juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública, ou àqueles que denegarem o pedido de revisão de V. Ex.ªs, ou aceitarem; eu quero o mérito nesse negócio. Porque nós não estamos aqui tratando eventualmente da CPI do DEMHAB: nós estamos tratando da conduta de um procedimento desta Casa para qualquer CPI, mesmo quando V. Ex.ªs forem Governo, e aí eu posso ser eventualmente a maioria, e aí não será um jogo de maioria, e isso está difícil e longe, porque para ser governo tem que ter sintonia real com a sociedade, tem que ter sintonia com as aspirações da população.

Essa CPI, por mais legitimidade e legalidade que V. Ex.ªs queiram dar a ela e por mais que moradores, por exemplo, do Jardim Leopoldina, tenham problemas de ordem habitacional reconhecidos por nós, nós demos alternativas; então, ela se tornou uma CPI política, se tornou uma CPI ideológica, muito próxima daqueles elementos que se fazem para desgastar. Bateram, bateram, no velho provérbio que diz que “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Não! Aqui não vai ser assim. Nós sabemos que está errado. V. Ex.ªs sabem que, decorrente de vícios de origem, vem a nulidade; V. Ex.ªs sabem que, das palavras malferidas, pode haver a recompensa, a retroversão. Tudo que se faz aqui, por melhor intenção que se tenha, pode ser colocado em juízo, sim. E aí não adianta confundir a CPI do DEMHAB com qualquer outra CPI, porque de CPI todos nós entendemos, cada um com a sua opinião. Agora, uma coisa é certa: ninguém vai, por mais maioria que tenha, ser acima da lei, ou mais, constituir ações institucionais, em nome desta Casa, fora da Lei. Este debate não terminou, nós vamos continuar, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, inicialmente, eu queria registrar que amanhã é o Dia da Consciência Negra e que esta Casa tem, nesses últimos e nos próximos dias, promovido uma série de debates, de iniciativas, de exposições que nós consideramos muito importantes no resgate da cultura da população afro-descendente do nosso Município. Mas eu quero aproveitar, e espero que possamos discutir essa questão quando estivermos na Ordem do Dia, porque há um Projeto de minha autoria que trata desse tema.

Quero usar o tempo de Liderança do meu Partido, o PPS, para retomar uma questão extremamente grave que continua existindo na nossa Cidade, que já foi denunciada desta tribuna por uma série de Vereadores. Inclusive, chegamos a discutir com as Vereadoras a possibilidade de uma ação conjunta junto à EPTC, no sentido de enfrentarmos essa questão. Eu me refiro à permissão para exploração do trabalho infantil, em Porto Alegre, por intermédio da coleta de lixo, por meio das famosas carroças que, sobrecarregadas de pacotes de lixo, muitas vezes escondem crianças e adolescentes, que, enfrentando o trânsito do final do dia, ocupam as principais ruas de nossa Cidade. São cenas lamentáveis que se sucedem. São várias as iniciativas que nós já tomamos, inclusive por intermédio de um pedido de informações, há muitos meses, à Prefeitura Municipal de Porto Alegre, exigindo medidas concretas para o enfrentamento dessa questão. Nós já nos dirigimos ao Conselho Municipal da Criança e do Adolescente no sentido de descobrir quais são as ações de enfrentamento a essa condição desumana que as crianças e adolescentes que trabalham na coleta de lixo da nossa Cidade enfrentam cotidianamente. Eu tinha conversado algumas vezes sobre isso com a Ver.ª Maristela Maffei, que é uma especialista nessa questão do Estatuto da Criança, e com várias Vereadoras; chegamos a marcar uma audiência e, depois, por uma questão de horário, tivemos que transferir e nunca mais conseguimos realizar, apesar de várias tentativas de nossa parte junto ao Secretário Municipal, Luiz Bertotto, na expectativa de se criar uma alternativa para enfrentar essa questão da exploração da mão-de-obra infantil, do trabalho insalubre, do trabalho perigoso, do trabalho em uma área absolutamente desumana que é feito pelas crianças de Porto Alegre, que são filhos de carroceiros, ou quem sabe são explorados por adultos e se encontram dirigindo as carroças de lixo na nossa Capital.

Eu me recordo que há algum tempo, quando esteve aqui no Rio Grande do Sul o Presidente do Banco Mundial, o Prefeito Tarso Genro fez marketing, saiu na imprensa, apresentou uns carrinhos, alguns dos quais, às vezes, vemos tramitando exatamente naquelas horas de pique, na Avenida Mauá; acho que são três, no total, carrinhos que esta Cidade tem. Pelo menos essa é a informação de que disponho, enquanto milhares de carroças continuam a se reproduzir pela Cidade.

Eu queria dizer para a Liderança do Partido do Governo, Ver. Estilac Xavier, que essa denúncia que temos feito não é uma denúncia meramente, como gosta de dizer o Vereador, no sentido de desgastar o Governo. Eu acho que essa é uma denúncia que precisa ser assumida pelo conjunto dos Vereadores. É inadmissível que com esse grau de pauperização, de empobrecimento, de crescimento da exclusão social que vive esta Cidade, que tem atingido fundamentalmente as crianças e adolescentes, que são o segmento da sociedade que compõem o segmento mais desprotegido do nosso Município, eles sejam visivelmente explorados aos olhos da sociedade, com a complacência do Poder Público e com a passividade de qualquer segmento público. E por isso que eu acredito que esta Casa vai ter que formar uma Comissão Especial para ter uma ação efetiva de enfrentamento da questão da exploração da mão-de-obra infantil, das crianças nas carroças dos lixos do nosso Município. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, todos aqueles que abrilhantam a Sessão de hoje com sua presença, e os que nos escutam nas suas casas, queria, em primeiro lugar, dizer que não estivemos presentes no início dos trabalhos, porque estávamos presidindo um debate dentro das comemorações da Semana da Consciência Negra na nossa Câmara Municipal, acerca do "Almirante Negro", João Cândido, grande líder da Revolta da Chibata que, no dia 22 de novembro de 1910, rebelou a armada, que estava fundada na bacia de Guanabara e impôs ao Governo do País a eliminação do uso da chibata, que ainda era aplicada na Marinha, vinte e dois anos após a abolição da escravidão! Um debate extremamente importante com o Professor Euzébio Assunção. E com a Professora Maria Luci, de Encruzilhada do Sul, que aqui se fez presente. Aliás, hoje, às 18h, ela irá autografar o seu livro sobre o "Almirante Negro", no espaço que existe em frente ao nosso Plenário. Em função disso, também, estarão presentes na nossa Casa - inclusive porque, às 19h, o grupo de dança "O Orgulho da Raça", de Encruzilhada do Sul realizará um espetáculo -, o Prefeito, a Secretária de Cultura e outras personalidades de Encruzilhada do Sul. Portanto, estávamos cumprindo essa tarefa dentro da Semana da Consciência Negra.

No próximo dia 22, quinta-feira, teremos a inauguração do busto, no Parque Marinha, em homenagem a João Cândido e em comemoração, também, ao Dia da Cidadania e de Luta contra a Discriminação, conforme Lei aprovada por esta Casa, de iniciativa do Ver. Lauro Hagemann. Lá estaremos na quinta-feira.

Afora essas considerações, eu queria manifestar a opinião da Bancada do Partido Comunista do Brasil acerca da questão da CPI do DEMHAB e da chamada "suspensão dos prazos da CPI do DEMHAB".

Eu vou reafirmar o que nós aqui já manifestamos por diversas vezes. Para nós, o entendimento constitucional é claro: a CPI, segundo a Constituição Federal, art. 58, é para apuração de "fato determinado" e por "prazo certo". Esse ordenamento constitucional é repetido na Constituição Estadual, art. 56, que também coloca o "prazo certo" e o "fato determinado". Essa questão é reforçada na nossa Lei Orgânica, e, no Regimento, é dito claramente, no art. 68: o prazo de funcionamento não deverá ser superior a noventa dias. E o seu parágrafo único afirma: a CPI que não apresentar relatório no prazo previsto de noventa dias será automaticamente extinta pelo Presidente da Câmara e arquivado o processo.

Por tudo isso, por todo o ordenamento legal existente, não resta dúvida à Bancada do PC do B de que essa suspensão, decidida por uma maioria eventual na CPI, é ilegal, é inorgânica e é inconstitucional. Esse foi o entendimento, num primeiro momento, pela Justiça. E eu tenho certeza de que será mantida essa decisão no julgamento do mérito.

Portanto, não foi por vontade das Bancadas do PC do B, PSB e PT nesta Casa que quiseram seguir a CPI até o último dia, que se opuseram e se rebelaram contra a suspensão da CPI, que ela deixou de trabalhar. Infelizmente, por decisão da maioria oposicionista nesta casa, a CPI foi suspensa e, com isso, ao não ser apresentado o seu Relatório, no dia de hoje, ela caducou e terminou o seu prazo de noventa dias.

Quiséramos, nós, ter prosseguido trabalhando todos esses dias. E aqui estávamos, sempre que possível, praticamente em todas as reuniões - penso que uma única vez, para representar esta Casa, não estivemos presentes. Lamentamos que a maioria da oposição não tenha querido seguir as averiguações e tenha suspendido a CPI. Esse é o entendimento da Bancada do PC do B, que reiteramos no dia de hoje diante da celeuma que foi aqui levantada. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uma pessoa do povo me traz uma colaboração que entendo oportuna. Traz-me uma publicação do jornal Zero Hora, do último domingo, de um artigo do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, cujo título é o seguinte: “PT Apura e Pune”. Desse longo artigo, eu extraí alguns trechos que considero relevantes. Inicialmente, diz Luiz Inácio Lula da Silva referindo-se às CPIs: “Era de se esperar, portanto, que surgisse uma reação orquestrada por parte de setores conservadores do Brasil para tentar impedir que o PT continue sendo a principal referência ética na política brasileira.” Adiante diz: “O maior problema da impunidade são as ‘operações-abafa’.” Diz mais, Ver. Pedro Américo Leal: “O PT tem defendido a instalação de CPIs todas as vezes que a denúncia de desmandos justificam tal medida.” Vai mais longe: “O nosso Partido...” - obviamente o PT - “... de modo absolutamente transparente, como tem exigido, sem sucesso, infelizmente, dos políticos e governos que temos denunciado, em vez de ‘operações-abafa’, informações detalhadas, apuração rigorosa e, se confirmada a responsabilidade, punições exemplares. Diante disso, é evidente que a grande maioria da população brasileira tende a querer mudar o rumo do nosso País. E quer que tudo isso seja feito com honestidade e ética na política.” Ora, Sr. Presidente, diante dessa contribuição que me é fornecida, cabe uma pergunta: será que, à luz do que está acontecendo em Porto Alegre, o Sr. Lula tem certeza? Cadê a punição? Por que não querem, então, a Comissão Parlamentar de Inquérito do DEMHAB? Como explicaria o Sr. Lula essa posição do PT no Município de Porto Alegre?

De fato, Sr. Presidente, o que a população de Porto Alegre quer é que se investigue uma série de fatos, o que nós buscamos, de forma exaustiva, fazer. De forma exaustiva e – permitam-me repetir – equilibrada. Diz hoje a ilustrada Liderança do Partido dos Trabalhadores que as respostas que estamos a cobrar de mais de 60% das informações solicitadas e não oferecidas a esta Casa se encontram entre alguns dos documentos fornecidos e que nós é que não procuramos ler essas informações. Ora, Sr. Presidente, eu não tenho de andar em busca dessas informações como se eu fosse Sherlock Holmes, como se eu fosse um detetive com uma lupa para ver aquilo que está escancarado perante a opinião pública da Cidade. As diligências aqui solicitadas, cujo não-cumprimento interrompeu os trabalhos da CPI, ilustre Vereador Líder do Partido Comunista do Brasil... Porque, quando for o caso, o Regimento da Casa se aplica também às Comissões Parlamentares de Inquérito, e no Regimento da Casa está estabelecido que o não-cumprimento das diligências interrompe os trabalhos, e, fundada nisso, a maioria da CPI assim decidiu. E a maioria absoluta da Comissão de Constituição e Justiça, atendendo e consagrando um Parecer da lavra do Ver. Luiz Braz, assim estabeleceu, assim confirmou. Então, diante de todo esse quadro, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não é firula jurídica que temos de discutir nesta hora. Que não se festejem algumas liminares já conseguidas, num trabalho afanoso, por parte dos inúmeros profissionais colocados à disposição do PT para agir contra esta Câmara Municipal, porque o que se buscam são correções judiciais a atos legítimos desta Câmara. A maioria da CPI, que decidiu pela interrupção, a Comissão de Constituição de Justiça, que por larga maioria – cinco de seus integrantes, contra dois dissidentes - entendeu que estava correta essa nossa posição.

Quero dizer que, lamentavelmente, o Sr. Lula, eterno candidato a Presidente, do Partido dos Trabalhadores, quando escreveu esse artigo, fez isso para todo o Brasil, menos para Porto Alegre, porque, aqui, o seu Partido quer fazer uma “operação-abafa”, mas não haveremos de permitir que isso aconteça. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

A SRA. HELENA BONUMÁ (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da apreciação da ordem dos trabalhos, obedecendo-se a seguinte seqüência: PLE nº 032/01, PLL nº 084/01, PLL nº 235/01, PLL nº 095/01, PR nº 081/01 e PR nº 105/01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, tivemos a oportunidade de fazer chegar à Ver.ª Helena Bonumá a nossa concordância, quase que integral, com a proposta por ela oferecida. A nossa única divergência é que, após o PLE nº 032/01, que é um assunto com que todos nós concordamos que tem de ter prioridade, o assunto posterior seja a votação do Requerimento apresentado à Mesa por inúmeros Srs. Vereadores, que pede a prorrogação dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito, cujo debate ficamos de instalar, na Casa, no dia de hoje. Aceita a inclusão desse assunto como segundo item, nós estaremos absolutamente de acordo; caso contrário, teremos propostas alternativas que serão objeto de discussão, evidentemente, e de posterior deliberação da Casa.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Ver. Reginaldo Pujol, esta Presidência sugere que, como houve consenso com referência ao Projeto da página 74, o PLL nº 032/01, nós o votemos, e, enquanto isso, as Lideranças podem combinar.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a convocação, a qual o Ver. Reginaldo Pujol disse que Vereadores assinaram Requerimento de prorrogação da CPI, deveria ter sido discutida pela Comissão Parlamentar de Inquérito para, em decisão da Comissão, trazer a este Plenário, o que não ocorreu. Uma, porque a primeira convocação foi para o dia 20, ou seja, amanhã - tenho aqui em mãos -, e houve um comunicado hoje de que se realizou uma reunião que não foi regimentalmente convocada, porque se deu após o término do expediente de sexta-feira, e um comunicado dizendo que esta reunião, que se deu anti-regimentalmente hoje pela manhã, foi suspensa. Portanto, não há uma decisão do corpo da Comissão Parlamentar de Inquérito e, por isso, não podemos votar um Requerimento que sequer foi discutido pela Comissão Parlamentar de Inquérito.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Ver. Marcelo Danéris, nós vamos ouvir a Diretoria Legislativa.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu penso que nós podemos ter bastante tranqüilidade para encaminhar esse assunto, até porque nos chega uma informação, neste exato momento – estamos por receber o documento comprobatório –, de que a liminar que havia determinado a suspensão da decisão da Casa relativamente aos trabalhos da Comissão acaba de ser cassada, como era de se esperar, já que, por duas vezes, não havia sido deferido. Houve um reconsideração com relação ao despacho anterior, alerta-me o Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Vereador, por enquanto, como não temos nada...

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Nessas condições, V. Ex.ª tem toda a razão. Nós temos uma matéria de urgência que poderemos votar e, daqui a dez minutos, voltaremos a esse assunto. Vamos primeiro encaminhar essa matéria, que é consenso. Eu aceito a discussão.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Ver. Reginaldo Pujol, vamos votar o Requerimento de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, e, a qualquer momento, é uma prerrogativa do Vereador, ele pode...

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Todos nós estamos de acordo com a votação do PLE nº 032/01, página 74. O segundo item, nós estabeleceremos daqui a dez minutos, Sr. Presidente. Não há nenhum inconveniente em que, daqui a dez minutos, nós possamos até a vir concordar plenamente com tudo o que a Ver.ª Helena Bonumá está querendo.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Ver. Reginaldo Pujol, esta Presidência irá suspender os trabalhos para que as Lideranças possam fazer um acerto. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h28min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia – às 17h32min): Estão reabertos os trabalhos.

Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, chegamos a um consenso, aqui, sobre a proposta da Ver.ª Helena Bonumá, que propõe a seguinte ordem: PLE nº 032/01, PLL nº 084/01, PLL nº 235/01, PLL nº 095/01, PR nº 081/01 e PR nº 105/01. E o Ver. Reginaldo Pujol solicitou que esta Presidência verbalizasse que, a qualquer momento, ele pode solicitar a questão do Requerimento do Ver. Sebastião Melo, se necessário. Por falar na questão do Ver. Sebastião Melo, o seu Requerimento, a Questão de Ordem do Ver. Marcelo Danéris, a Diretoria Legislativa informa que é uma prerrogativa do Vereador entrar a qualquer momento com o Requerimento sem a discussão do mérito.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, queria que V. Ex.ª aguardasse um minuto, para que eu pudesse ler o que vai ser votado.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Pois não. Nós vamos colocar em votação ainda.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, antes da votação, temos que ter certeza do que vai ser votado.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar o Requerimento da Ver.ª Helena Bonumá.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu vim encaminhar mais este Requerimento, solicitando a modificação na ordem de votação das matérias, porque eu acho estranhas as prioridades que a bancada petista tem como objetivo principal para premiar a nossa Cidade. O que é principal para a nossa Cidade, de acordo com o ponto de vista da bancada petista? A CPI do DEMHAB está salva, por enquanto, porque, de acordo com o parecer da Comissão de Justiça, que é de nossa autoria, houve bom senso no Judiciário e praticamente cassou-se a liminar que havia sido dada. Isso significa que a CPI vai continuar. E até seria um absurdo que aquele tempo que é utilizado para que o Governo responda aos quesitos de diligências, esse tempo que é enrolado pela Administração, seja contado para extinguir a possibilidade de a CPI se aprofundar com relação às denúncias que foram feitas relativas ao DEMHAB. Mas, agora, as informações que recebemos é de que a CPI, contando esse prazo de suspensão, vai ter mais trinta dias, no mínimo, para poder funcionar.

Aí vamos ver a ordem dos trabalhos. Veremos que nos Projetos principais, Ver. João Bosco Vaz... Tem um aqui que trata - e eu penso que realmente deve ser um Projeto extremamente importante, eu não estou aqui julgando, mas deve ser importante, porque afinal de contas é a opinião da bancada petista – “da obrigatoriedade do recolhimento dos resíduos fecais dos animais conduzidos em espaços públicos”.  Essa é a prioridade! Em vez de estarmos discutindo aqui os problemas alusivos às construções que são feitas na Cidade, o estilo de construções que são feitas na Cidade, os regimes que são empregados para o ordenamento dessas construções, ou então para a regularização do comércio, ou alguma coisa assim... Não. Entra aqui na ordem dos debates Projeto da maior importância. E, com todo o respeito que tenho pelo autor desse Projeto, o Ver. Adeli Sell, que acho um homem muito competente - ele tem demonstrado isso aqui - esse Projeto não pode ser aquele que vai alterar toda a ordem de votação nesta Casa, para ser o prioritário. Só vou votar a favor porque o Líder da minha Bancada, Ver. Reginaldo Pujol, que é um homem muito conciliador, resolveu fazer um acordo e aceitar o Requerimento da Ver.ª Helena Bonumá, que andou consultando os Vereadores da sua Bancada para ver quais são os Projetos principais que eles têm e apresentou aqui um Requerimento. Esse Requerimento, em princípio, eu não aprovaria, porque acho que, para votar assim, poderíamos seguir a ordem normal dos projetos a serem votados.

Acho que está havendo uma banalização das discussões que temos aqui neste Plenário. Os projetos que são colocados aqui para serem votados na Ordem do Dia, na verdade, não têm nada a ver com os projetos principais. Daqui a pouco vamos entrar no processo de discussão dos projetos orçamentários, e já se foi o ano. E ninguém discutiu absolutamente nada das idéias que são principais para se modificar realmente a vida desta Cidade, desta sociedade, projetos que poderiam mexer de perto com a Administração chamada popular, mas que de popular não tem mais nada.

Quero dizer que só vou votar favoravelmente a esse Requerimento porque o Líder da minha Bancada, o Ver. Reginaldo Pujol, um homem extremamente conciliador, aceitou essa ordem, fazendo uma ponderação com relação à possibilidade do prosseguimento da CPI. Mas é só o que me leva, realmente, a votar a favor desse Requerimento. O resto, acho que é mais uma manobra petista para não se votar nada neste Plenário. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para encaminhar o Requerimento da Ver.ª Helena Bonumá.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós fizemos uma rodada de negociações com as Lideranças para tentar ajudar os trabalhos da Casa em cada tarde, disciplinando a ordem das votações. Escolhemos alguns projetos junto com os Líderes, alguns de alto interesse desta Casa, como, por exemplo, a questão dos recursos suplementares, que precisam de abertura de crédito, como é o caso do Projeto da FASC e dois projetos de Vereadores, como sempre se vota aqui.

Eu estou aproveitando para dizer que, amanhã, haverá uma reunião da Mesa Diretora, convocada pelo Sr. Presidente e Lideranças, quando deveremos pautar uma ordem de trabalho para que não ultrapassemos o dia 15, definamos a data da votação da Lei do Orçamento, da Lei do IPTU e de Projetos importantes, para quais pedi pareceres e opiniões dos Vereadores hoje durante a tarde.

A imprensa até queria saber o que eu conversava tanto, acreditando que a conversa fosse referente à CPI do DEMHAB. A reunião de amanhã, que vai tratar dos trabalhos nos próximos dias que estão faltando, é uma tentativa de nos organizarmos junto ao Presidente. Temos ainda vinte e seis dias de trabalho, e temos projetos de Vereadores, projetos da Casa, provavelmente alguma eventual Resolução da Mesa e os projetos do Executivo. Temos de disciplinar isso num processo a contento. Inclusive, sugeri que os Líderes opinassem sobre três questões importantes, sobre as quais já falei com as Lideranças e Vereadores, quais sejam: a Lei do Executivo que regulamenta o Fórum Regional de Planejamento, decorrência do Plano Diretor; a liquidação dos saldos devedores dos contratos habitacionais de recursos próprios do DEMHAB, um Projeto de alto interesse social e a dação em pagamento de um imóvel no Morro do Osso. Tudo isso para podermos disciplinar, pegar o projeto mais importante de V. Ex.ª, Ver. Luiz Braz, e de outros Vereadores, os Projetos de interesse da Cidade, representados nos projetos do Executivo, e os projetos da Casa que porventura haja. A proposta que fizemos hoje vem nessa transição que estamos organizando e que deverá, amanhã, ser chancelada pelas Lideranças e pela reunião da Mesa. Portanto, não há privilégio para nenhuma Bancada. É só uma tentativa de organizar os trabalhos, como todos nós somos responsáveis por isso dentro desta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Esta Presidência pede a atenção dos Vereadores para uma ação inusitada, não muito comum, mas que vai adendar com um Requerimento, que é destinado a uma Sessão Solene amanhã, no dia 20 de novembro, destinada a homenagear a Semana da Consciência Negra. Esta Presidência pede para ser votado em primeiro lugar.

Em votação o Requerimento da Ver.ª Helena Bonumá, adendado por este Vereador. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do Ver. João Antonio Dib.

Em votação o Requerimento nº 258/01, da Mesa Diretora, que prevê Sessão Solene no dia 20 de novembro de 2001, destinada a homenagear a Semana da Consciência Negra. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do Ver. João Antonio Dib.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4265/01 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 032/01, que autoriza a abertura de créditos suplementares no Legislativo Municipal e na Fundação de Assistência Social e Cidadania - FASC, no valor de R$2.486.266,49, e dá outras providências. Urgência.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB e CEDECONDH. Relator-Geral Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 122, III, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em discussão o PLE nº 032/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu só quero justificar o meu voto, porque eu sei que será o único voto contrário a este Projeto. Eu até agora não consegui entender qual é a finalidade realmente da FASC, e como há aqui, no encerramento do pedido do Prefeito Tarso Genro, que a FASC incrementou vários programas durante o exercício, destacando-se o acolhimento noturno, a Casa de Conveniência, Operação Inverno e abordagem na rua, e como eu passei todo o inverno vendo as crianças nas ruas, vou votar contrário a este Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Em votação o PLE nº 032/01. Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1601/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 084/01, de autoria do Ver. Adeli Sell, que dispõe sobre a obrigatoriedade de recolhimento dos resíduos fecais de animais conduzidos em espaços públicos.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em discussão o PLL nº 084/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3427/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 235/01, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que estabelece percentual mínimo de 25% de participação de afro-descendentes na publicidade oficial do Município de Porto Alegre.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em discussão o PLL nº 235/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu encaminho, neste momento, Projeto de minha autoria, que estabelece uma quota mínima de 25% de participação de afro-descendentes na publicidade oficial do Município de Porto Alegre.

Este Projeto é um Projeto discutido pela comunidade negra de vários Estados, fez parte do debate em uma reunião que aconteceu em Durban, África do Sul, entre Parlamentares, Vereadores, Deputados e militantes de várias organizações da sociedade civil e que procuram exatamente criar políticas públicas reparadoras. A base do nosso argumento pode ser assim sintetizada: ela é fruto da preocupação com as desigualdades que têm crescido gerando forma de apartheid urbanos sociais e econômicos no nosso País. Esta realidade ambígua, que se expressa na redução de postos de trabalho, afetando fundamentalmente os afro-descendentes, a diminuição dos gastos sociais que se aplicam na realidade, garantindo diferenças de oportunidades de sexo e de raça, tem levado a sociedade a pressionar o Poder Público no sentido da garantia de políticas que venham a minimizar essa circunstância. Uma das formas de enfrentar essa situação de desigualdade é pela construção de ações afirmativas para segmentos minoritários ou marginalizados, procurando construir novas condições, caminhos da igualdade, da construção de oportunidades similares na nossa sociedade. As políticas públicas precisam ter este corte racial para dar oportunidades idênticas a brancos e negros.

Uma pesquisa realizada pelo IPEA - Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas - mostra que há um abismo entre a população branca e negra no Brasil, quando se trata de condições econômicas, quando se trata de condições sociais e educacionais. Segundo o IPEA, entre os indigentes brasileiros, que formam vinte e dois milhões, 68,8% são afro-descendentes. No que consiste à propaganda institucional, considerando que os negros representam 44% da população brasileira, está comprovado que há uma falta de representação, que há uma representação extremamente modesta, chegando a aproximadamente 10% quando se trata das publicidades e propagandas governamentais. Esse quadro reflete, na verdade, uma desvantagem para os negros nas campanhas institucionais comprovadamente existentes em todos os três níveis de Governo.

Nós acreditamos que os parlamentares municipais têm um papel a cumprir nessa questão e que cabe ao legislador promover ações que venham a contribuir com o crescimento do debate sobre a exclusão social dos negros na nossa sociedade, propondo políticas públicas de enfrentamento ao preconceito e à discriminação, contribuindo com a inclusão das minorias e de todos os segmentos excluídos. É dentro dessa ótica que submetemos este Projeto à votação. É um Projeto extremamente simples, que, em um artigo, estabelece um percentual de 25% da participação dos afro-descendentes na publicidade oficial do Município de Porto Alegre. Nós queremos que, exatamente em 19 de novembro, um dia antes do Dia da Consciência Negra no Brasil, nós, como Parlamento de Porto Alegre, nós possamos dar essa contribuição à causa da igualdade ao povo de Porto Alegre. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): A Ver.ª Helena Bonumá está com a palavra para encaminhar o PLL nº 235/01.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, a Ver.ª Clênia Maranhão propõe Projeto de Lei; traz-nos, para apreciação e votação, no dia de hoje, dentro da Semana da Consciência Negra, um projeto que estabelece um percentual mínimo de 25% de participação de afro-descendentes na publicidade oficial do Município de Porto Alegre. A nossa Bancada entende que o Projeto da Vereadora é importante; é um projeto simples, mas que recupera reivindicações do povo negro, do povo afro-descendente, que, no âmbito da Semana da Consciência Negra, faz seu debate, analisa as condições de vida, as condições históricas da população negra do nosso País, denunciando a desigualdade brutal, o preconceito e a discriminação que ainda pesam sobre esse conjunto significativo da nossa população.

Nós tivemos, neste ano, uma conferência, no Brasil, que preparou a Conferência Internacional contra o Racismo, a Xenofobia e outras Formas de Discriminação, acontecida na África. Sabemos que o Movimento Negro Brasileiro participou, levando a proposta de ações e políticas que venham, uma vez implementadas, recuperar os negros da marginalidade que esse segmento ainda vive na nossa sociedade.

Aqui em Porto Alegre nós já temos, desde o primeiro Governo da Frente Popular, a Assessoria para Políticas Públicas para a População Negra. Nós temos, do Governo passado, a Coordenação de Direitos Humanos e Cidadania, que, juntamente com espaços públicos para outros segmentos discriminados da população, como mulheres, portadores de deficiência, juventude, homossexuais, índios - temos assentamentos indígenas na nossa Cidade -, idosos, crianças e adolescentes. Por fim, a Coordenação de Direitos Humanos passou, no terceiro Governo da Frente Popular, a implantar, de forma ampliada, ações na área de políticas públicas, ações de governo voltadas à discriminação histórica que a população negra tem em nossa Cidade. Eu cito, como exemplo, a discussão do percentual de negros no emprego em Porto Alegre, como foi público e debatido aqui nesta Casa, percentual de 5% de negros em redes de supermercados; a discussão da garantia de um percentual de negros nas atividades de geração de renda e qualificação, desenvolvidas dentro do Programa de Economia Solidária do Governo Popular; atividades na área da educação, incorporando a discussão histórica da participação dos negros na constituição da sociedade brasileira, mas também de conteúdos que trabalhem na área do combate à discriminação e ao racismo e pela afirmação dos direitos humanos e o reconhecimento dessa população e da contribuição que traz à nossa Cidade. Portanto, existem ações em andamento, e a Ver.ª Clênia Maranhão propõe hoje, para nós, no âmbito da Semana da Consciência Negra, mais uma ação, que é importante, que trabalha a questão da visibilidade, que, de fato, se faça uma ação afirmativa no sentido de que o percentual que a população negra, representativo que é na constituição do povo brasileiro, na constituição do povo do nosso Estado e da nossa Cidade, e que isso seja visível por meio da publicidade oficial. É uma medida simples mas que tem grande alcance, porque trata de resgatar a identidade, trata de valorizar a identidade, de valorizar a imagem, de resgatar a imagem da população negra também através da propaganda oficial. Nós entendemos que essa é uma ação necessária, que tem de ser feita.

E, no ano passado, durante o período de discussão dos quinhentos anos do Brasil, quinhentos anos de opressão, quinhentos anos de discriminação, de marginalização do nosso povo, dos benefícios do nosso desenvolvimento, nós sabemos que índios e negros se manifestaram exigindo seus direitos historicamente usurpados aqui no nosso País, e nós sabemos que dentre a pauta de reivindicações apresentada pelo povo negro estava a de que a visibilidade, de que a identidade, de que a imagem fosse recuperada. Não mais apenas como a imagem da exclusão, como o imagem da pobreza, como a imagem daquele segmento desvalido ao longo da construção da nossa história, mas com a imagem no sentido positivo, daqueles que constróem, daqueles que afirmam, com a sua ação, a construção do nosso desenvolvimento, a luta por direitos, do que o Movimento Negro tem sido um dos atores importantes. Nós entendemos que medidas como essa vêm no sentido da democratização das nossas políticas e no sentido da afirmação dos direitos do segmento historicamente discriminado. Portanto, a Bancada do Partido dos Trabalhadores é favorável à quota de 25% na publicidade oficial para a população negra. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para encaminhar o PLL nº 235/01.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, mesmo estando nas vésperas da Sessão Solene em comemoração à Semana da Consciência Negra, eu repudio este Projeto. Os senhores devem atentar para o que estão fazendo. Não podemos ficar nesse festival de consolação à raça negra. Por quê? Eu tenho amigos inseparáveis, a quem muito estimo, que são negros, e muito me orgulho disso, porque eu tenho amizade pela cultura, pela estima, pela educação dessas pessoas. Mas não posso ficar aqui a distribuir presentes e consolações a todo momento. Eu já dirigi uma companhia de publicidade e sei o que é a inteligência humana. Se é azul, se é amarelo, se é preto, não me interessa! Eu tenho que ter a liberdade de escolha, porque eu preciso trabalhar com a criatividade, com a imaginação daquele que eu contrato. Quando se elabora uma arte final, em publicidade, diz-se tudo. O que é arte final? É o trabalho que se fez, é a frase que abriu a propaganda, a publicidade, que chamou atenção do público, a forma como eu exponho o desenho, tudo isso é inteligência meus senhores. E inteligência não se compra em armazém; inteligência se tem ou não se tem. Se o negro tem inteligência, ele que vá competir com igualdade de condições; se o branco tem inteligência, ele que vá competir em igualdade de condições; o amarelo também. V. Ex.ªs estão na iminência de aprovar um Projeto que é, na verdade, uma oferta, uma consolação que se está dando à raça negra. Isso eu não faço, de jeito algum! Os meus amigos negros que me entendam. Estou votando por um limite, por uma faixa que poda o Governo do Estado ou do Município, ao ter que contratar 25% de negros. Mas se eles não tiverem competência, o que vou fazer? Ora, meus senhores, eu não posso aprovar este Projeto. V. Ex.ªs, se quiserem, que o aprovem. Eu não o aprovo, porque já fui diretor de uma companhia de propaganda neste Estado. Eu não faço isso. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar o PLL nº 235/01.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sr.ªs Vereadoras, a Vereadora Clênia Maranhão está propondo um Projeto de Lei que estabelece o percentual mínimo de 25% de participação de afro-descendentes na publicidade oficial do Município de Porto Alegre. Ouvi atentamente a última manifestação do Coronel, Ver. Pedro Américo Leal, que é a sua maneira de ser, que é uma maneira autêntica, mas este Vereador diverge da sua opinião, porque entende que ainda neste País temos muitos débitos para com os negros. Esse débito começou exatamente no ano de 1500, quando vieram para o nosso País, sem consulta prévia; nós sabemos, o sistema de escravidão como foi montado no nosso País; então, nós devemos muito ainda e temos que resgatar.

A Ver.ª Clênia Maranhão, de maneira apropriada, consegue aprovar um Projeto coincidentemente na Semana da Consciência Negra que termina amanhã, dia 20, onde esta Casa - e há poucos minutos foi acordado -, de comum acordo por todas as Bancadas, aprovou uma Sessão Solene, amanhã, visando exclusivamente a questão da Consciência Negra.

O nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro, é um Partido que não tem o movimento negro; ele tem o Movimento Quilombista, porque ele entende que o Movimento Quilombista é bem mais do que o movimento negro em si, porque ele concentra todas as etnias que ao longo dos anos foram processadas pelos casamentos entre negros e brancos. E ainda, nós sabemos que grande parte dessa população vive marginalizada no nosso País. Se olharmos os presídios centrais dos diversos Estados – e o Cel. Pedro Américo Leal sabe disso –, a grande maioria deles é composta por negros. E V. Ex.ª sabe por que; porque ainda, neste nosso País, o negro não tem, de uma maneira geral, acesso à escola; ele não tem, de uma maneira geral, acesso ao emprego. E é por isso, sim, que essas questões têm que ser discutidas. Vai chegar um dia que isso aqui não vai ser mais preciso. Mas nós sabemos, ainda, que as diferenças de classes sociais no nosso País são visíveis.

E é por isso que volto a dizer: basta olhar os presídios do nosso País para verificar que lá a grande maioria são negros; basta verificar que a grande parte dos analfabetos do nosso País são negros, porque ainda não foi disponibilizado, de forma harmônica no nosso País, o acesso.

Então, procura-se mascarar algo que não existe. E ainda no nosso País o negro é discriminado. Por isso, Ver.ª Clênia Maranhão, em nome do Partido Socialista Brasileiro, queremos parabenizá-la por este Projeto que, conforme a Ver.ª Helena Bonumá falou, é simples, mas de um conteúdo muito profundo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar o PLL nº 235/01.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores - em especial o Ver. João Antonio Dib, que solicita a nossa intervenção para esclarecê-lo sobre o problema -, demais pessoas que nos assistem aqui e em suas casas. Ver.ª Clênia Maranhão: quero, inicialmente, parabenizar V. Ex.ª por este Projeto. A nossa Bancada apóia, com grande satisfação, a sua proposta. O que diz este mérito Projeto da Ver.ª Clênia Maranhão? No mínimo, 25% da publicidade oficial do Município deve ser reservada para afro-descendentes como personagens nessa publicidade. Por que isso? Alguém poderia dizer que isso é uma "discriminação"; sim, mas é uma "discriminação positiva", aquela discriminação correta, adequada, em situações em que uma etnia ou que um grupo social sofre uma grande "discriminação negativa" na sociedade. Já dizem os juristas, com razão, que o tratamento igualitário para os desiguais é uma desigualdade e que, portanto, os desiguais, Ver. João Antonio Dib, devem ser tratados de forma desigual, para que seja feita uma compensação.

Num País como o Brasil, onde cerca de 44% são negros ou afro-descendentes, essas pessoas sofrem uma enorme exclusão. Eu tenho dito aqui, mas repito: em 1850, com a Lei de Terras, os negros foram excluídos da propriedade. A Lei de Terras foi um grande acordo com os senhores escravistas, com os grandes proprietários de terra escravistas para que aceitassem o fim do tráfico negreiro; em compensação, os negros e os futuros libertos ficaram excluídos, na Lei de Terras, do direito à propriedade. Mas, se em 1850 os negros são excluídos da propriedade, em 1888, com a chamada "Abolição", os negros foram excluídos do mercado de trabalho, porque a elite branca, com a "filosofia" do necessário branqueamento da população brasileira, considerou os negros inaptos para o trabalho livre. Os negros, que durante quatro séculos tinham sustentado a riqueza material do País - seja na produção do açúcar, seja na produção do ouro, do diamante, do café - agora, que era abolida a escravidão, não eram mais consideramos aptos para o trabalho. Era preciso o imigrante branco para poder fazer a riqueza do País. E os negros, que já estavam excluídos da propriedade, mais uma vez foram excluídos - agora da própria possibilidade do trabalho. Mas essa discriminação seguiu, e o negro, já excluído da propriedade, já excluído do trabalho, foi excluído dos direitos civis mais elementares, com a discriminação que até hoje vigora neste País. Foi excluído do acesso aos trabalhos com melhor remuneração.

É contra tudo isso, claro que de uma forma ainda limitada, que este Projeto se insurge e procura garantir, neste terreno, para os afrodescendentes, ao menos 25% das vagas. Inclusive poderia ser mais, Vereadora, mas nós sabemos as dificuldades desses pequenos passos que precisam ser dados e que a Bancada do PC do B apóia. Nós acreditamos que para os próprios publicitários isso deveria ser algo natural; pois se tão importante parcela da população é negra ou afro-descendente, essa deveria ser uma iniciativa deles mesmos. Mas, numa sociedade onde a chamada "boa aparência", que os jornais pedem nos anúncios de emprego, nós sabemos a discriminação e contra quem se volta essa exigência de boa aparência. Portanto, apoiamos este Projeto, ainda que nos pareça que a Administração Popular já dá um espaço razoável – não sabemos exatamente o percentual – para os artistas negros. Mas, é bom que isso seja consolidado na lei, garantido em lei.

Por isso a Bancada do PC do B parabeniza V. Ex.ª e apóia este Projeto, que, certamente, será vitorioso na tarde de hoje, por ampla maioria. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o PLL nº 235/01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este Projeto está sendo examinado no dia de hoje por força da urgência automática, tempestivamente requerida pela sua autora, face ao silêncio da Casa por mais de trinta dias sobre a matéria. Quero confessar que desse silêncio em boa parte eu sou o responsável; a matéria esteve comigo para parecer durante um largo período na Comissão de Constituição e Justiça e cheguei a apresentar um parecer sobre o assunto, e fui desaconselhado por meus pares a prosseguir com ele. Quando estudava uma forma de modificá-lo sobreveio a urgência automática e com isso o Projeto chegou ao nosso exame sem nenhuma manifestação das Comissões Temáticas da Casa. Por isso sinto-me na obrigação de vir à tribuna, dizendo que na Comissão de Constituição e Justiça estive atento a uma ressalva introduzida no parecer prévio da douta Procuradoria da Casa que ressalta, contudo, em parte do parecer, que a Carta Magna, no artigo 5º, consagra o princípio da igualdade, que impede o legislador de editar regras que estabeleçam discriminações em razão de classe, posição social, raça, religião, etc., preceito – é a opinião da douta Procuradoria – que, salvo melhor juízo, resta afetado pelo conteúdo normativo da proposição. Nós, ao comentar essa ressalva, assinalamos e destacamos que o Projeto em questão se insere dentro chamada política de quotas raciais, conhecida nos Estados Unidos como affirmative action, ou seja, ação afirmativa. Tal política possui, sem dúvida nenhuma, uma nítida tendência discriminatória, configurando-se em racismo ao revés, na medida em que privilegia, através de determinação legal, um específico grupo racial em detrimento dos demais. O Projeto – continuava -, dessa forma, contraria o artigo 5º da Constituição Federal, pois como já foi destacado pelo Parecer da Procuradoria desta Casa, agride o Princípio da Igualdade, o qual impede que o legislador edite regras que estabeleçam discriminações. No caso em questão, a discriminação seria de fundo racial, pois visa a conceder uma vantagem a um grupo racial com exclusão dos outros. Ora, se os afro-descendentes devem gozar desse privilégio, qual a razão que impede que descendentes de nipônicos, árabes, judeus, germânicos, gozem do mesmo, por que só privilegiar uma raça?

A resposta a essa indagação envolve uma reflexão sobre o tema, já que, de certa forma, ela nos indicaria uma forma de racismo, o qual, por óbvio, é o que o Projeto visa combater.

Nesse contexto, e examinando tão-somente os aspectos formais do Projeto, concluo por sua legalidade, já que, tecnicamente, bem elaborado e de acordo com a competência legislativa desta Casa.

Com as ressalvas já apontadas e com as reservas cautelares a eventual agressão e malferimento aos dispositivos constitucionais referidos, e resguardando a prerrogativa de aprofundar o exame da matéria quando da análise do mérito, recomendo sua tramitação.

É o momento oportuno, então, de nos aprofundarmos sobre o mérito sem deixar de considerar esses aspectos técnicos que já levantamos e, especialmente, depois de termos ouvido do Ver. Raul Carrion uma expressão de que nós temos que, realmente, tratar desiguais de forma desigual.

Eu tenho dificuldade em entender que as pessoas, pela cor, possam ser desiguais dos outros. Tenho grande dificuldade de entender dessa forma.

Não sou fariseu para desconhecer que, no fundo, apesar de todas as disposições constitucionais, há esse resquício de discriminação racial neste País. A Lei Afonso Arinos, que por tanto tempo era o nosso grande apanágio, em muitas situações está muito longe de ser respeitada na plenitude.

Por isso, Ver.ª Clênia Maranhão, com a tranqüilidade de quem não teve dúvida de ler posições já expedidas, que não precisava lê-las, eis que esse relatório não se encontra no Projeto. Eu diria, em que pese reconhecer a procedência nas colocações do Ver. Pedro Américo Leal, eu irei votar favoravelmente a esse Projeto de Lei, porque entendo que o propósito da Ver.ª Clênia Maranhão não é o propósito de fazer racismo ao revés, como falam alguns estadistas. Ela flagra uma realidade, busca enfrentá-la, não sei se enfrenta de uma melhor maneira possível, mas tenta, e eu costumo reconhecer o mérito daqueles que enfrentam as situações com coragem e de frente, como estou fazendo neste momento, dizendo-lhe que acompanho, Vereadora, apesar da minha formação profissional e técnica como advogado me apresentar profundas dúvidas que eu supero pelo mérito de sua proposição. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação o PLL nº 235/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, contra os votos dos Vereadores João Antonio Dib e Pedro Américo Leal.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3606/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 081/01, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao  Senhor Dorocy João Pereira.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82,§ 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em discussão o PR nº 081/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO, por 23 votos SIM.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, hoje pela manhã, o Vereador-Relator, Ver. Sebastião Melo e este Vereador estiveram no Fórum, porque, dos três mandados de segurança em relação à CPI, dois haviam sido denegados, e o terceiro, do Dr. Pozza, da 3ª Vara da Fazenda, estava em vigência, portanto, suspendia a CPI. E eu trago a V. Ex.ª agora, junto com o Ver. Sebastião Melo, oficialmente, para que V. Ex.ª seja intimado - e o faço aqui publicamente – da sentença denegatória ao mandado de segurança, o terceiro, que havia deferido; portanto, foi cassado o terceiro mandado de segurança. Isso, em termos prosaicos, determina que a CPI não está suspensa. Eu gostaria de intimá-lo oficialmente. Foi uma iniciativa do Ver. Sebastião Melo, na sexta-feira, que a Câmara, hoje, adentrou também como parte no processo.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Isso justifica a retirada, então, do Requerimento de autoria do Ver. Sebastião Melo, que votaremos, pela prorrogação da CPI. Esta é a justificativa, porque eu estou, regimentalmente, sem saber em que tempo o Ver. Nereu D’Avila falou e em que tempo V. Ex.ª, Ver. Sebastião Melo, vai querer falar.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu vou fazer uma comunicação, pois V. Ex.ª está dirigindo os trabalhos, se eu estivesse na Presidência da Casa, poderia dirigir até lá. Como V. Ex.ª está na Mesa... Sou portador de um Ofício do Juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública e, como atuei em causa própria, como advogado desta causa, o juiz reconsiderou, não é decisão, não é sentença, é uma reconsideração de uma decisão liminar que passarei às mãos de V. Ex.ª, porque ainda hoje terá de ser juntada aos autos do Processo, reconsiderando a decisão liminar e, evidentemente, terá um desdobramento jurídico essa matéria.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Esta Presidência já foi intimada de outras maneiras.

 

O SR. ESTILAC XAVIER (Requerimento): Eu, de imediato, Sr. Presidente, requeiro que V. Ex.ª, como Presidente da Casa, e que foi notificado diretamente pelo Ver. Nereu D'Avila, e agora informado com a precisão dos termos, pelo Ver. Sebastião Melo, ou seja, trata-se da revisão de uma liminar, em cujo mérito, a segurança, ainda está para ser avaliada. Mantemos a nossa opinião.

Vou requerer, Sr. Presidente que nos conceda a cópia, de imediato, sobre o feito dessa decisão, revigorada agora pela 2ª Vara, porque a decisão anterior foi pela 3ª Vara. E quero dizer que estamos plenamente tranqüilos sobre esse assunto e tenho farta jurisprudência. Hoje entrei em contato com o Amapá, com a governança do Estado de Amapá, recebi farta documentação a respeito do assunto, que vai ilustrar muito essa decisão que, certamente, será um marco para a condução desta Casa no futuro. Não necessariamente sobre a CPI tão-somente do DEMHAB, mas para as outras questões que iremos fazer.

 

 O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Assim que esta Presidência receber vai solicitar cópias para os trinta e três Vereadores.

Esta Presidência solicita silêncio nas galerias. Estamos no meio de uma Sessão Ordinária.

Esta Presidência está recebendo do Ver. Sebastião Melo a decisão do Juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública, Dr. Murilo Magalhães Castro Filho, que diz: “Senhor Presidente, comunico a V. Ex.ª que, nos autos supra, foi proferido despacho reconsiderando a decisão que deferiu a liminar na segurança pleiteada, conforme cópia anexa. Solicito, outrossim, que sejam prestadas a este Juízo, no prazo de dez dias, as informações necessárias.” Estão sendo providenciadas cópias para as treze Bancadas que compõem esta Casa.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1725/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 095/01, de autoria da Ver.ª Helena Bonumá, que dispõe sobre os serviços de entrega domiciliar no âmbito do Município e dá outras providências. Com Emendas nºs 01 a 08.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Estilac Xavier: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da  CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da  CEDECONDH. Relator Ver. Cassiá Carpes: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em discussão o PLL nº 095/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. A Ver.ª Helena Bonumá está com a palavra para encaminhar.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, já está há alguns dias na nossa ordem de votação o Projeto de nossa autoria, discutido com a Associação das Empresas de Telentrega e o Sindicato dos Motociclistas Profissionais, com a EPTC, com a SMIC, Projeto que dispõe sobre o serviço de telentrega no Município. O Projeto foi analisado por três Comissões da Casa e tem a aprovação da CCJ, da CUTHAB, da CEDECONDH, e também foi analisado por diversos Vereadores que fizeram emendas: Nereu D’Avila, João Carlos Nedel, Carlos Alberto Garcia e Estilac Xavier. Essas emendas vieram no sentido de complementar e aperfeiçoar o Projeto. Nós entendemos que, depois de um ano, praticamente, de tramitação nesta Casa, temos condições de votá-lo hoje.

O Projeto trata da regulamentação da telentrega, criando a necessidade de uma autorização por parte do Poder Executivo, para o licenciamento da atividade, e criando também a necessidade de um curso de capacitação dos motociclistas. Nós sabemos que tem crescido os acidentes nessa área. Nós vimos na imprensa um debate acontecido na coluna do Paulo Sant’Ana sobre esse tema, que ainda existe muito preconceito e muito temor sobre a prática dos moto-boys na Cidade. Nós temos, de um lado, um serviço que cresce por conta da necessidade da telentrega e também do fato que cada vez mais, no País, em uma crise de desemprego, as pessoas buscam alternativas para o trabalho, e o serviço de telentrega por meio de motocicletas tem crescido bastante. Na nossa Cidade atualmente não se tem um dado preciso sobre isso. A EPTC, com o apoio do Sindicato dos Moto-boys, está fazendo um credenciamento que termina no fim do mês. Atualmente, por dados do DETRAN, são em torno de quarenta e três mil motocicletas na Cidade, e que, provavelmente, mais de cinco mil delas são usadas em serviços profissionais, em atividades econômicas, portanto. Mas é um dado que ainda não se tem, porque está sendo cadastrado. Não há uma regulamentação desse serviço, não há uma regulamentação da prática dos moto-boys.

O nosso trabalho nesse Projeto foi a regulamentação do serviço. Na seqüência, nós temos uma outra proposição que já foi apresentada a esta Casa e que regulamenta a situação dos moto-boys, discutida com a categoria, recebida por nós com base na iniciativa do Sindicato, e o Ver. Adeli Sell também se somou nesse esforço.

Mas o que nós temos hoje regulamenta a prática da atividade da telentrega. O que as empresas colocam para nós como importante? Tem crescido bastante este campo econômico sem regulamentação. Aquelas empresas que atuam de forma legal, regular, com a documentação necessária, elas acabam sofrendo uma concorrência ilegal daqueles que são, de certa forma, fantasmas, entre aspas.

O que nos traz, aqui, a Associação das Empresas, Ver. Nereu D’Avila, é que, em Porto Alegre, tem em torno de cento e cinqüenta empresas, apenas 15% destas regularizadas. Então, nós achamos que esta proposição vem no sentido de regularizar esta atividade e a proposta da Associação das Empresas, que nos foi trazida aqui, tem esta preocupação.

Do ponto de vista dos moto-boys, também existe a preocupação com a qualificação desse serviço e com a garantia também de que esses profissionais necessitam para desenvolver o seu trabalho.

Então, nós temos, aqui, também, o Sindicato dos Moto-boys, que nos trouxe essa reflexão, nos trouxe essa preocupação, participando do processo de elaboração do Projeto. Temos as Emendas que aperfeiçoam. O Ver. Nereu D’Avila, o Ver. João Carlos Nedel trabalharam a questão do seguro, que é uma reivindicação do Sindicato e da categoria dos moto-boys, que é uma iniciativa importante. O Ver. Carlos Alberto Garcia e o Ver. Estilac Xavier também entraram com Emendas no Projeto no sentido de torná-lo legal, incorporando as modificações propostas pela nossa Procuradoria. Então, a EPTC pode fazer o curso de treinamento necessário para o credenciamento desses moto-boys ou pode fazer o convênio e indicar empresas qualificadas, de acordo com o currículo necessário, que o façam.

Nós entendemos que esta iniciativa vem no sentido de regular um setor que está crescendo de uma forma desordenada. Portanto, atende àquilo que é uma demanda do consumidor e do cidadão da nossa Cidade. Uma preocupação do consumidor do serviço de telentrega, e que tem a garantia de um serviço profissional, que responde responsavelmente pelo seu serviço, e também do cidadão e da cidadã da nossa Cidade, que querem tranqüilidade e garantia no trânsito. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para encaminhar o PLL nº 095/01.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria de alertar: como advogado sou totalmente favorável ao mérito deste Projeto, como votei favorável ao Projeto do Ver. Adeli Sell, mas quero alertar a Procuradoria desta Casa. A proposta que nós aprovamos, do Ver. Adeli Sell, por exemplo, ela já está exatamente estipulada pelo Código Municipal de Saúde, com multas e tudo. Então, a Procuradoria tem que alertar, quando o Projeto tramita nesta Casa, que já existe uma Lei exatamente igual para isso.

Vejam o art. 145 do Código Municipal de Saúde: “Será de responsabilidade dos proprietários providências pertinentes à remoção dos dejetos por eles deixados nas vias públicas.” Agora, fomos favoráveis ao Projeto e votamos favoravelmente ao Projeto do Ver. Adeli Sell, por quê? Por que o Executivo não cumpre a própria Lei que ele faz. Isso aqui foi do Prefeito Tarso Genro. A mesma coisa é a proposta da Ver.ª Helena Bonumá e que nós já alertávamos na quarta-feira. No mérito, somos favoráveis, nós temos que disciplinar esta matéria que causa vários tipos de transtornos para o trânsito e para os proprietários de veículos. Agora é flagrantemente inconstitucional, porque o Legislativo não pode dar novas funções aos órgãos do Executivo. Não compete ao Legislativo. O chamado vício de origem. Então vejam, parágrafo primeiro: (Lê.) “A oferta de entrega domiciliar de mercadorias e produtos deverá ser autorizada pela SMIC.” Não compete ao Legislativo deliberar desta maneira. E aí vai o parágrafo 2º da mesma maneira. O art. 2º dá uma atribuição à EPTC. E vejam o que diz a Procuradoria, no parecer prévio, ela não fala do vício de origem, ela não fala que o Legislativo está adentrando para matérias do Executivo, apenas faz uma ressalva correta que, no que tange à gratuidade do treinamento a ser prestado pelo Poder Executivo, também não pode, o Legislativo, dar uma função gratuita ao Executivo, que está no parágrafo 4º, no momento em que se estipula necessária gratuidade do treinamento a ser prestado àqueles que desejam obter tal autorização. O que se faz é automaticamente criar um débito sem que seja apontada a respectiva fonte de custeio, o que é vedado. Aqui, ao menos, a Procuradoria faz a ressalva.

O Projeto é excelente, mas deveria vir do Executivo, porque ele estabelece como o Executivo vai tratar o disciplinamento das motos que fazem entrega de mercadorias. Mas não pode o Vereador dizer como o Executivo vai tratar o disciplinamento das motos que fazem entrega de mercadorias, mas não pode o Vereador dizer como o Executivo vai fazer, apontando serviços gratuitos e dizendo que, no caso, a EPTC e a SMIC vão fazer. Vejam, eu sou favorável ao mérito, mas, estamos abrindo precedentes. No caso, não apontando que existe outra Lei já estabelecida quando um Projeto quer a mesma coisa, no caso do Ver. Adeli Sell, e, aqui, da Ver.ª Helena Bonumá, um Projeto que tem méritos, nós precisamos disciplinar essa matéria em Porto Alegre, é uma demanda da sociedade como um todo, mas que é, flagrantemente, inconstitucional por dar atribuições novas às Secretarias do Executivo. Se fosse do Executivo, a matéria não teria vício, mas vindo do Legislativo, infelizmente é o que a Constituição nos ensina e prescreve. Não há, constitucionalmente, como defender o Projeto. No mérito, Ver.ª Helena Bonumá, ele está perfeito e precisamos discipliná-lo. Como eu fiz com o Ver. Adeli Sell, vamos ver, agora, com a Bancada, votaremos favorável ao mérito, mas temos que debater melhor com a Procuradoria da Casa e com a Comissão de Constituição e Justiça a tramitação deste Projeto, porque estamos abrindo precedentes que podem trazer problemas para esta Casa, inclusive, depois, alguém, contrário a esta Lei, pode alegar mais tarde que teve vício de origem, mesmo sancionada pelo Executivo, ele vai continuar tendo o vício de origem. Vai ser uma lei com problemas, inclusive, podendo ser debatida e contrariada na Justiça. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em votação, primeiro os Requerimentos de autoria do Ver. João Antonio Dib e Reginaldo Pujol para a retirada das Emendas nº 8 e 9 ao PLL nº 095/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS, e retiradas as Emendas nº 08 e 09, com o voto contrário do Ver. João Antonio Dib.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Nereu D’Avila, Helena Bonumá e João Antonio Dib, solicitando dispensa de Parecer para as Emendas nºs 02, 03, 04, 05, 06, 07 ao PLL nº 095/01. (Pausa.) Esta Presidência pergunta ao Plenário se há necessidade da leitura das Emendas? Não havendo a necessidade, em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o PLL nº 095/01, com ressalva das Emendas. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda nº 01, de autoria do Ver. Estilac Xavier, ao PLL nº 095/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, ao PLL nº 095/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 03, da Liderança do PDT, ao PLL nº 095/01. (Pausa.) Os Srs. vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 04, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, ao PLL nº 095/01. (Pausa.) Os Srs. vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 05, de autoria do Ver. Estilac Xavier, ao PLL nº 095/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 06, de autoria do Ver. Estilac Xavier, ao PLL nº 095/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação a Emenda nº 07, de autoria do Ver. João Antonio Dib, ao PLL nº 095/01. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4219/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 105/01, de autoria da Mesa Diretora, que altera dispositivos da Resolução 1.569, de 9 de outubro de 2001, que dispõe  sobre a concessão de vales-alimentação aos funcionários efetivos e aos funcionários em comissão, detentores de cargos dos quadros da Câmara Municipal de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

Observações:

- dispensado de Parecer nos termos do art. 102, § 4º, do Regimento da CMPA;

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, III, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em discussão o PR nº 105. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3770/01 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 093/01, de autoria da Mesa Diretora, que denomina Biblioteca Jornalista Alberto André a biblioteca da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.

 

Observação:

- dispensado de Parecer nos termos do art. 102, § 4º, do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Em discussão o PR nº 093/01. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade.

De acordo com o que determina o art. 145 do Regimento, temos que votar a prorrogação ou não da Sessão às 18h50min. Em votação nominal, por solicitação do Ver. Raul Carrion, a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 16 votos SIM e 01 NÃO.

Estão suspensos os trabalhos para reunião conjunta das Comissões.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 18h53min.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às 18h56min): Estão reabertos os trabalhos. Esta Presidência observa que, visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h57min.)

 

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